Greve na saúde já entra no 10º dia em Belém

Na manhã de ontem (10), a greve seguia normalmente nos dois hospitais de pronto-socorro da capital. Em frente ao Mário Pinotti, no bairro do Umarizal, a tenda onde a categoria se reúne para protestar, e onde também fica um caixão simbolizando a morte da saúde pública municipal, continuava cheia de manifestantes, que afirmavam só voltar ao trabalho quando fossem assim orientados pelo comando de greve. Os trabalhadores afirmam que 30% mantêm, desde o início do movimento, os atendimentos de urgência nas principais unidades.

Já no PSM do Guamá, tanto as faixas quanto a ausência de médicos indicavam que a decisão judicial ainda não tinha sido cumprida pela manhã. “Com tantas greves estamos sem estudo, sem saúde, sem vários serviços públicos. É engraçado como a gente só tem deveres e não tem mais direitos. Se eu deixar de pagar uma conta ou atrasar impostos, rápido recebo várias multas, cobranças. Mas quando o erro é do governo ou de funcionários deles, nada acontece. E a população que espere!”, comentou o motorista Ademir Figueiras, que trabalha em frente à unidade.

Em entrevista coletiva, representantes da categoria decidiram manter a paralisação por tempo indeterminado. “A greve continua, mas estamos sempre dispostos a negociar, pois este é o nosso papel”, afirmou Wilson Machado, também diretor do Sindmepa.

A greve chega ao 10º dia e a prefeitura ficou de apresentar novas propostas por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). O comando de greve reforçou que o setor jurídico das entidades sindicais que apoiam a paralisação está por dentro da situação e já prepara recurso para recorrer da sentença que considerou a greve abusiva.

PRAZO

O prazo de 24 horas para a suspensão da greve e retorno dos servidores ao trabalho, dado pelo juiz da 2ª Vara da Fazenda da Capital, Marco Antônio Castelo Branco, encerrou ontem, mas nenhum trabalhador foi levado para a delegacia.

A diretoria do Sindmepa informou que os advogados também já estão prontos para atuar, caso seja preciso. “Temos os 30% do efetivo trabalhando e garantindo o atendimento emergencial e urgente”, frisou Machado.

(Diário do Pará)