Quando ela morreu, o hospital ainda estava sendo construído. Ontem, a Universidade Federal do Pará (UFPA) e o Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS), comemoraram o centenário de nascimento de uma das médicas e professoras mais expoentes da história da medicina paraense. Especialista em Clínica Médica e Cardiologia, Bettina Ferro de Souza foi homenageada pela dedicação ao magistério, aos assuntos envolvendo a saúde pública do Estado e pela humildade e prazer com que ajudava os que mais precisavam. Pela manhã, uma missa foi celebrada no prédio hospitalar pelo arcebispo emérito de Belém, Dom Vicente Zico.
O diretor do HUBFS, doutor Paulo Amorim, se disse emocionado e honrado por poder dirigir o hospital que leva o nome de uma de suas grandes professoras. “A doutora Bettina era a mestre das mestres. Um símbolo de conhecimento, perseverança, humildade, dedicação e espiritualidade”, afirmou.
Hoje, o Bettina Ferro é referência em Oftalmologia, Otorrinolaringologia além de Crescimento e Desenvolvimento Infantil. Pelo hospital, passam cerca de 900 pacientes por dia. É a única unidade de saúde pública da região Norte que realiza implantes cocleares, conhecidos como ouvidos biônicos, e uma das únicas que fazem transplantes de córnea. Tudo inteiramente gratuito através do Sistema Único de Saúde (SUS).
O arcebispo emérito Dom Vicente Zico frisou os valores cristãos que carregava Bettina Ferro e assegurou que seu nome está gravado na história do Estado. “Como professora, cardiologista e católica, foi uma pessoa exemplar”, ressaltou. Clovis Ferreira de Souza, 72 anos, sobrinho da professora, afirmou estar orgulhoso e envaidecido pela homenagem à tia. “Ela salvou a vida do meu pai. Era uma cardiologista como nenhuma outra. Tinha um diagnóstico extremamente preciso. O mesmo carinho que ela tinha com os pacientes, tinha com a família”, pontuou.
TRAJETÓRIA
Bettina Ferro de Souza nasceu no dia 14 de maio de 1913 em uma família de nove irmãos. Seus pais morreram quando ela tinha apenas oito anos de idade. Diante disso, a responsabilidade de sua criação ficou a cargo de sua irmã, Maria Amélia Ferro de Souza, à época com quatorze anos de idade.
Bettina foi criada dentro dos princípios do cristianismo e, por conta disso, sua religiosidade guiou sua vida profissional e pessoal. Por mais de 50 anos, mesmo após assumir a docência na UFPA, atuou como catequista na Igreja de São João Batista, conhecida como igreja de “São Joãozinho”, no bairro da Cidade Velha.
(Diário do Pará)
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