Parcialmente coberto pela bandeira da escola de samba da qual fez parte por dez anos, o corpo de João Bosco Rufino Moisés foi velado na manhã de ontem na sede do Rancho Não Posso Me Amofiná, no bairro do Jurunas, em Belém. Apontado por muitos como o grande responsável pela criação da sede ainda em 1987, o político atraiu vários conhecidos empenhados em prestar a última homenagem. Bosco morreu na segunda-feira à tarde, após passar mal, com problemas cardíacos, na noite do último domingo em São João de Pirabas, Nordeste do Pará, onde morava.
Sem esconder as lágrimas que corriam fáceis pela morte de Bosco, a dona de casa Maria Amélia da Costa lembrava, a todo momento, dos carnavais organizados por ele na época em que ela trabalhava na bilheteria da escola de samba. Com as lembranças carregadas de admiração e gratidão, Amélia fazia questão de apontar o apoio dado por ele também à comunidade do Jurunas. “Foi um pai para a minha família. Eu trabalhava na bilheteria na época em que ele esteve aqui e lembro que ele me ajudou muito. É uma perda muito grande”, lamentava. “Ele era tudo! Muito especial mesmo. Ajudou muito não só a minha família, mas toda a comunidade. Ele está aqui, mas para a gente ele não morreu”.
Acostumada a desfilar nos carnavais organizados por Bosco durante o período em que fez parte da administração da escola, período apontado por muitos como o de grande auge do carnaval paraense, a dona de casa Oneide Monteiro também só tinha boas lembranças. “Eu desfilei quatro anos seguidos. Fantasia eu nunca comprei, ele sempre dava”, recordava. “Ele ajudou muito”.
Com muitas coroas de flores em homenagem já penduradas em volta do caixão, a todo o instante chegavam amigos, parentes, políticos e até desconhecidos que faziam questão de se despedir. Sem nunca ter visto João Bosco Moisés, a manicure Leila Passos fez questão de ir ao velório pelo o que ele representou para o Rancho. “Meu pai conheceu ele na época em que Bosco foi aqui do Rancho, por isso que eu vim”, comentou. “Ele fez muito por todo mundo aqui”.
Conscientes da relação de Bosco com a escola de samba, para a família não poderia haver lugar mais adequado para o velório. “A gente sabia que o melhor lugar para acolher ele seria aqui por tudo o que ele fez”, confirmou a sobrinha do político, Ana Laura Tamer. “Ele tinha uma paixão muito grande pela escola”.
De acordo com o atual presidente do Rancho, Jango Vidal, além da comunidade do Jurunas, a família ainda aguardava a chegada de amigos de Bosco de São João de Pirabas, município do qual foi prefeito por duas vezes.
“Ele deixou um legado imenso aqui no Rancho. Foi a pessoa que construiu o patrimônio que temos hoje. Enquanto ele estava aqui, o carnaval paraense chegou a ser o 2º do Brasil”, afirmou Jango. “Estão vindo vários ônibus de São João de Pirabas para acompanhar o enterro e prestar homenagens”.
O corpo de João Bosco Moisés foi sepultado à tarde, no cemitério Santa Izabel, no centro de Belém.
(Diário do Pará)
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