Hoje completam dois anos da execução de seis adolescentes em Icoaraci, crime que marcou a vida dos moradores do distrito. A “chacina de Icoaraci” será lembrada com a “2ª Caminhada de Justiça, Paz e Cidadania” organizada pelo Movimento de Paz e Direitos Humanos com apoio de vários movimentos e entidades que lutam contra a violência e pelos Direitos Humanos. A caminhada sai 8h de hoje da frente do Ipamb de Icoaraci (3ª Rua entre Soledade e Andradas), local onde ocorreram as mortes e encerrará em frente à Delegacia de Homicídios.
Em março passado, o juiz Jackson José Sodré Ferraz, da 3ª Vara Penal Distrital de Icoaraci, decidiu pela pronúncia do réu Rosevan Moraes de Almeida, um dos suspeitos presos, determinando que ele seja submetido a júri popular pelos crimes de homicídio. Na mesma sentença o magistrado negou pedido de revogação da prisão de Rosevan, mantendo a sua custódia.
Em relação ao segundo acusado, Antônio da Luz Bernardino da Costa, o magistrado decidiu pela impronúncia, considerando que, durante a instrução processual, “não resultou demonstrado indícios suficientes de autoria ou de participação do acusado na empreitada criminosa”, que apontassem para a necessidade de submeter o réu a júri popular.
Na fase de instrução, a Justiça ouviu 33 testemunhas, sendo 16 de acusação, cinco pela defesa de Rosevan, nove pela defesa de Antônio e três testemunhas arroladas pelo Juízo.
Ronnald Luz, coordenador do Movimento de Paz e Direitos Humanos diz que a violência cresceu muito em Icoaraci e a chacina serviu como um triste marco nessa área. “A prova maior disso é que criaram uma delegacia apenas para homicídios em Icoaraci, que é um distrito. Os seis assassinatos completam dois anos e já passaram pelo caso três juízes e três promotores. Os mandantes e executores ainda não foram julgados”, lembra.
Ele lembra que apenas duas pessoas foram presas e apenas um vai a júri popular no primeiro semestre do ano que vem. “O Rosivan, ex-policial preso, é acusado de mais de 130 execuções e o processo ainda corre em segredo de Justiça. O Estado precisa garantir a segurança de testemunhas e famílias de vítimas senão a impunidade vai continuar”, avisa.
(Diário do Pará)
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