Em Castanhal, estudar virou um desafio

Longe de ser uma exceção dentre as escolas públicas do município localizado a 70 km da capital paraense, os problemas enfrentados também na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Profa. Deusarina da Silva Rodrigues são enumerados com facilidade pelo estudante Luan Carlos, de apenas dez anos. “Eu queria uma escola diferente dessa, reformada, com uma sala maior, com carteiras melhores, com uma quadra que pudesse ter aula de educação física”, pontua, sem esquecer de informar que faz a quinta série. “Aqui é muito calor, as cadeiras ficam muito apertadas, tudo junto”.

Com turmas instaladas nas duas salas improvisadas montadas em um anexo, aos fundos da escola, a presença de um ventilador e apenas uma janela pequena explicam o calor descrito por Luan e pelos colegas. Sem porta, na sala em frente a dele, a cortina de TNT também é o improviso encontrado para proteger os alunos do sol que entra pela janela já por volta de 9h. Sem forro, as telhas e fiações que interligam ventiladores e lâmpadas ficam à mostra. “É mais fácil aprender em uma escola boa”, ensina o aluno.

Já atrasados no cumprimento do conteúdo programático com relação a Luan e seus colegas, os alunos da Escola Estadual Prof. Clotilde Pereira ainda aguardam o início do ano letivo. Iniciado em abril em toda a rede pública de ensino do Estado, as aulas ainda dependem da transferência das atividades escolares para outro espaço.

Em uma rápida volta pela escola, os motivos da não realização das aulas no espaço ficam evidentes com a grande quantidade de mato que toma conta da área externa, com a interrupção da obra de implantação da quadra de esportes e com presença constante de materiais de construção pelos corredores e salas de aula. Na grande placa instalada na entrada do colégio, a previsão de encerramento da obra data de agosto de 2013.

Ainda que dentro do prazo de reforma, de acordo com a placa informativa, a situação da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Elcione Therezinha Zahluth Barbalho ainda dificulta o retorno dos alunos. Há poucos dias do fim do prazo da reforma, prevista para encerrar em 15 de maio deste ano, as salas ainda estão todas sem telhados e algumas construções ainda na fase de levantamento dos tijolos. Enfileiradas às proximidades do material de construção, carteiras novas esperam o retorno dos alunos em meio à poeira comum a qualquer obra.

SEDUC

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informa que a escola Cônego Leitão, localizada em Castanhal, está sendo submetida a uma reforma geral, no valor de mais de 900 mil reais. A obra já está em fase de finalização, faltando apenas a ligação da subestação de energia para ser entregue a comunidade escolar. A Seduc já fez a solicitação a Rede Celpa e está aguardando a concessionária ligar a energia na unidade de ensino.

Já na escola Clotilde Pereira as aulas estão previstas para iniciar no próximo dia 12 em um prédio alugado pela Seduc. As obras na unidade de ensino não serão entregues no prazo previsto, pois o projeto inicial da obra na escola foi aditivado, com a inclusão de novos espaços a serem reformados. O valor do investimento na reforma do espaço é de aproximadamente 900 mil reais.

(Diário do Pará)