Na despedida, o professor Manoel Leite mereceu a reverência e o carinho de alunos e colegas em respeito ao grande educador que era. A bandeira do Colégio Estadual Paes de Carvalho, onde lecionou por 30 anos, esteve estendida o tempo inteiro no caixão durante o velório que aconteceu na tarde desta segunda-feira, 26, e segue até hoje às 9h no auditório central do Grupo Ideal, em Batista Campos, reunindo familiares, amigos e verdadeiras gerações de alunos que colecionou ao longo das seis décadas de vida dedicadas ao magistério.
Até poucos dias, o professor Leite, como gostava de ser chamado, era considerado o mais antigo em exercício do Estado do Pará. Ele seguiu lecionando matemática à turma preparatória de vestibular militar usando máscara de proteção até quinze dias antes de ser internado Hospital Beneficente Portuguesa em razão das complicações da leucemia, que o levou a óbito por volta das 8h15 desta segunda-feira(26).
No sábado, quando ele ainda se matinha lúcido, a filha do fundador do Grupo Ideal de Ensino, Regina Carneiro, lembra que ele perguntava pelos alunos e se preocupava com a data que retornaria à sala de aula. “Meu pai era um educador por excelência e um professor antes de qualquer coisa. Ele sequer se submeteu ao tratamento em São Paulo, porque não queria ficar longe da sala de aula. Os alunos eram a vida dele”, lembra Regina.
A prova da dedicação e paixão pela profissão de professor pode ser vista nas lágrimas dos muitos jovens que se revezavam na sede do Ideal para prestar as últimas homenagens. O neto, Leonardo Leite, lembra com orgulho da dedicação que o avô dava aos alunos, principalmente àqueles que demonstravam um potencial excepcional “Ele adotava as crianças como se fossem filhos ou netos dele”, disse Leonardo. O filho, Manoel leite Junior, complementa. “Ele sabia reconhecer um talento. Quando isso acontecia, ele apostava no aluno, porque acreditava que o ensino era o melhor caminho”, disse o engenheiro.
Muitas personalidades, políticos e empresários também estiveram presentes no velório. “Manoel é responsável pela formação de muitas pessoas que hoje estão em cargos de liderança, porque ele estimulava o ensino, o estudo, a leitura, a educação”, disse o professor Paulo Melém, o mais antigo do grupo Ideal.
Uma das homenagens mais marcantes durante o velório, segundo o sócio e amigo, Antônio Carlos de Moraes, foi quando o caixão entrou no auditório carregado pelos alunos militares. “Tudo o que ele fez foi em prol da educação e, por isso, seu nome é reconhecido na esfera nacional”, disse o sócio, que chegou a ser aluno do professor Leite.
“Ele era um pai para mim e hoje sinto orgulho de ter convivido por tantos anos com alguém como ele, uma pessoa exemplar, um homem íntegro e digno”, emociona-se.
As homenagens ao mestre continuam hoje no auditório do colégio Ideal Batista Campos. Após a missa, marcada para 9h, o cortejo passará em frente aos colégios Paes de Carvalho e Nazaré, um dos seus últimos desejos.
(Diário do Pará)
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