Hoje (26), a greve dos professores da rede municipal de Belém completa um mês. Os educadores permanecem no entrave com a administração municipal, que afirma que só irá negociar se os servidores voltarem às salas de aula. No fim da manhã de ontem, os professores promoveram um protesto em frente ao Instituto de Assistência e Previdência do Município de Belém (Ipamb), na avenida Almirante Barroso, e interditaram a via no sentido São Brás – Entroncamento. Hoje ocorre audiência pública na Câmara Municipal de Belém para discutir a greve na educação.

Rosa Olívia, coordenadora do Sintepp (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará), diz que 6% do salário bruto dos professores é destinado ao Ipamb. “O dinheiro é descontado da nossa folha de pagamento e nós temos acesso a um serviço de péssima qualidade, que está sucateado e não oferece as mínimas condições de atendimento para os servidores”, afirma. Para a coordenadora do Sintepp, a estratégia da prefeitura é precarizar o serviço e privatizar o atendimento.

Maurilo Estumano, coordenador do Sintepp, afirma que há processos de aposentadorias de professores que estão emperrados há cinco anos no Ipamb. “O prazo máximo seria noventa dias para o servidor se aposentar. Isso é um absurdo muito grave que ocorre no Ipamb”, declara. De acordo com Maurilo, a celeridade nos processos de aposentadoria é um item que estava na pauta de reivindicações dos professores na greve do ano passado. “O prefeito tem conhecimento do problema e não faz nada pra resolvê-lo. Essa inércia é revoltante”, protesta.

Para Estumano, a posição da prefeitura de não negociar com os trabalhadores é vaidosa e provocadora. “O prefeito mostra um despreparo e uma total inexperiência quando se nega ao diálogo. Nós não vamos enfraquecer o movimento e a nossa greve vai sair vitoriosa”, garante o coordenador do Sintepp. 

De acordo com o sindicato, mais de 60% da rede municipal aderiu à greve. Em distritos como Icoaraci e Outeiro, a paralisação chega a 90%, segundo o Sintepp.

(Diário do Pará)