Uma fila quilométrica se formou ao longo do dia de ontem na Praça do Operário, em São Brás, pelos veranistas com destino a Mosqueiro. O movimento iniciou por volta das 5h da manhã e, no início da noite, muitas pessoas ainda disputavam uma vaga nos ônibus que saíam para a ilha. 

Izabel Santos escolheu as praias de Mosqueiro para passar o último fim de semana de julho com as duas filhas pequenas e a irmã. Com bolsas, colchonete e sacolas de alimentos nas mãos, ela teve que ter muita paciência para esperar chegar a sua vez de entrar no ônibus, uma espera de mais de uma hora em pé. “Isso aqui é um transtorno grande demais pra gente que viaja com criança. Mas não tem jeito, tem que encarar”.

O movimento se intensificou por volta das 19h30, horário em que as pessoas estavam saindo do trabalho. Foi o caso da auxiliar administrativa Josy Carla, a última de uma fila com mais de 200 pessoas. “Só deu para ir agora por causa do trabalho. Vale a pena encarar o sufoco porque a passagem é mais barata e ainda aceita vale-transporte”, justificou.

Para quem não topou ir para a fila, a opção foi viajar em pé. Este ano, a Superintendência de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) formou uma fila específica para os passageiros que desejaram viajar dessa forma.

O conforto no coletivo é menor, mas houve quem preferisse ir em pé a enfrentar a longa espera da fila tradicional. “Cheguei agora e, quando eu vi a quantidade de gente, preferi ir em pé mesmo”, afirmou Edinaldo Silva, que mora em Mosqueiro e trabalha diariamente em Belém. Segundo ele, na sexta-feira passada fez o mesmo trajeto, saindo de Belém às 21h15 e chegando à ilha somente à 00h45. 

Para quem escolheu a bucólica, o sufoco não foi só para quem optou em viajar no transporte coletivo. No Terminal Rodoviário de Belém, passagem para Mosqueiro ontem à noite e hoje, só em pé. A empresa que faz linha para a ilha informou que estava abrindo uma frota extra de ônibus para tentar vender passagem sentada.

(Diário do Pará)

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