A aldeia Trocará fica às margens da rodovia BR-422 (Transcametá), a 25 quilômetros da zona urbana de Tucuruí, sudeste do Pará.
Segundo lideranças indígenas dos Assurinis, desde o último dia 11, diversas crianças já apresentaram sintomas como insuficiência respiratória e febre alta.
Devido à falta de estrutura para atenção básica preventiva na região, as crianças estavam sendo tratadas na aldeia. Só após a evolução da doença, de forma rápida, foram transferidas para o Hospital Regional de Tucuruí.
Inicialmente as crianças enfermas foram atendidas no Polo de Saúde Indígena (Posto de Saúde), localizado na Aldeia Trocará, mas de forma improvisada. O cacique Kajungawa foi orientado a realizar a internação imediata das crianças suspeitas de pneumonia no hospital da cidade.
Os corpos das duas primeiras crianças mortas foram entregues aos familiares sem passarem por necropsia do IML de Tucuruí. Eles foram sepultados na tarde da sexta, na aldeia Trocará.
EXAMES
O domingo foi de grande movimentação na aldeia Trocará. Os cerca 600 índios receberam uma equipe da Secretaria de Saúde de Tucuruí, que colheu material para os exames de H1N1 e coqueluche. Os resultados saem em até 30 dias.
Cerca de 110 crianças já foram identificadas com febre viral e os sintomas são os mesmos observados nas crianças que morreram.
As crianças foram orientadas a evitar sair ao sol e ter contatos com as outras crianças e adultos saudáveis. Máscaras foram distribuídas para evitar a proliferação da doença.
No único posto de saúde da aldeia Trocará, durante a manhã deste domingo, nenhum medicamento estava disponível para os enfermos. Não havia medicamentos nem mesmo na rede básica de saúde da Prefeitura de Tucuruí. Foi necessário que a prefeitura realizasse compra direta, em caráter de urgência, de remédios em uma rede de farmácia da cidade para o tratamento emergencial.
NOVA ONDA
Segundo Waita Assurini, sobrinho do cacique Kajungawa, a última epidemia viral na aldeia Trocará ocorreu em 2003, com óbitos de crianças e adultos. “A saúde indígena está falida com o modelo adotado pela Sesai, Ministério da Saúde e Funai. Os Assurini estão à mercê de epidemias trazidas pelos visitantes da zona urbana”.
(Diário do Pará)
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