O julgamento de Rosevan Moraes Almeida, ex-policial militar acusado do homicídio de seis adolescentes em novembro de 2011, no Distrito de Icoaraci, atrai a atenção não somente das famílias das vítimas e da população que ficou aterrorizada com o caso.

De acordo com Ronald Luz, coordenador do Movimento de Paz e Direitos Humanos de Icoaraci, de 14 testemunhas previstas para deporem pela manhã, somente seis haviam aparecido para participar do julgamento.

O principal motivo das ausências seriam o receio de represálias por parte de outros policiais e amigos de Rosevan. Tal receio é o que motivou a transferência do julgamento do Fórum de Icoaraci para o de Belém. Segundo alguns familiares, eles e testemunhas eram intimidados até mesmo me frente ao Fórum do distrito. "Era uma situação muito complicada, nos depoimentos em Icoaraci o medo imperava, mas lutamos e conseguimos transferir para aqui, para o Fórum da Cidade Velha. Conseguimos também a proteção de uma das testemunhas, que é quando a pessoa muda de cidade, nome e outros detalhes", destacou Ronald.

Apesar da atuação de movimentos sociais e transferência do local do julgamento, o depoimento das testemunhas, que já está coorrendo, é realizado sem a presença de Rosivan no plenário.

O julgamento

O julgamento de Rosevan começou por volta de 9h da manhã. Em um primeiro momento, após a leitura e apresentação dos autos por parte da juíza Ângela Alves Tuma, do 3º Tribunal do Júri de Belém, Rosivan proferiu seu relato, destacando que não estava em Icoaraci no momento em que ocorreu o crime. Logo após, teve início o depoimento das testemunhas, do promotor de justiça José Rui de Almeida Barbosa e, por fim, de Moacir Martins Junior, advogado de defesa.

A expectativa é que o julgamento seja realizado até a noite de hoje e até mesmo seja retomado amanhã (23) pela manhã.

(DOL)

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