Com cerca de três horas de julgamento, nesta quarta-feira (1º), o policial militar Antonio Carlos Correa Duarte, de 42 anos, acusado de ter disparado tiros contra Elias Pantoja de Mendonça, 18 anos, e tentado matar Edinaldo Ferreira Galiza, atualmente com 31 anos, foi absolvido.

O julgamento ocorreu no Fórum de Belém, onde sete jurados do 3º Tribunal do Júri de Belém, sob a presidência da juíza Ângela Alice Alves Tuma, votaram pela absolvição do policial militar.

O crime correu em 24 de novembro de 2002, por volta das 19h, quando policiais militares investigavam um roubo de bicicleta em uma casa onde se realizava uma festa familiar.

Na abordagem, a dona da festa, Domingas Ferreira Galiza, foi atingida no pé por disparo de arma de fogo de um dos policiais. Em seguida, a vítima, Edinaldo Galiza, que se aproximou para ver o que estava acontecendo, também foi atingida no pé direito.

Marcos Paulo Cardoso Baía, que participou da ação policial e respondeu ao processo, teve extinta sua punibilidade, em virtude de seu falecimento. O policial estava à paisana e teria desferido disparo contra uma terceira vítima, atingido-a nas nádegas.

Um dos projéteis atravessou uma cerca do pátio de uma das casas e atingiu o braço de uma mulher e a filha de quatro meses que estava no colo. 

Consta também que populares revoltados com a ação policial passaram a apedrejar a viatura e um dos policiais militar que precisou sair imediatamente do local.

Um disparo atingiu Elias Pantoja de Mendonça, que embora socorrido e levado ao Pronto Socorro Municipal morreu na hora. Em interrogatório, o réu afirmou que não saiu da viatura, pois estava dirigindo o veículo.

Ele disse não ter visto o autor dos disparos e nem a ação policial na residência das vítimas, tendo relatado que fazia ronda no bairro do Jurunas, quando um adolescente denunciou o roubo da sua bicicleta e indicou que o autor teria entrado na passagem Doutor Veiga, bairro do Jurunas, na casa onde acontecia a festa.

A promotora de justiça Rosana Cordovil não sustentou a acusação contra Antonio Carlos Duarte, uma vez que as testemunhas vítimas do homicídio tentado e de lesões não reconheceram o réu como autor dos tiros.

Edinaldo Galiza e sua tia Domingas Galiza, a dona da casa invadida pelos policiais, compareceram no júri e inocentaram o réu, afirmando ter sido outro policial que efetuou os disparos.  

(DOL com informações do TJPA)