Hoje, 15 de agosto, é comemorado os 191 anos da Adesão do Pará à Independência. Mas, muitos moradores da capital não sabem o que a data representa e nem quem foram seus protagonistas. É o caso de Eduardo Jardim, 55, que trabalha há 15 anos como porteiro em uma vila na travessa Almirante Wandenkolk, no Umarizal. A rua tem o nome de um dos militares que participaram da negociação histórica. Eduardo tenta puxar na memória qual o significado deste dia. “Eu sabia, mas esqueci. Estudei mas não lembro’’.
Outra rua que relembra um personagem da data é a Dom Romualdo de Seixas. A historiadora da Universidade do Estado do Pará (Uepa), Magda Ricci, relata que Estado em si não tem nenhum monumento ou ponto turístico que lembre a Adesão, além de ruas com nomes de Almirantes que interviram na independência econômica e política do Pará à Portugal.
Magda relata que naquela época, o país era dividido em duas Capitanias: a Província do Grão Pará e Maranhão e a Província do Brasil. O Pará se reportava diretamente a Portugal e o contato era reduzido com o resto do país.
Por ordem do Imperador Dom Pedro I, a esquadra comandada pelo almirante John Pascoe Grenfell desembarcou em vários estados e forçou os que ainda não haviam aderido à Independência a aceitá-la. Eles desembarcaram no Porto de Salinas em 11 de agosto de 1823.
Com uma carta que supostamente teria sido escrita por Dom Pedro I, o Almirante Grenfell convenceu os responsáveis pelo Estado a aceitar a adesão, caso contrário teriam os territórios invadidos, e a esquadra imperial estava pronta para bloquear o acesso ao porto da capital e sufocar a economia. O aceite ocorreu quatro dias depois. Mas, para a historiadora, a Adesão não surtiu o efeito esperado. Uma parte da elite queria ter o direito de votar e que as leis fossem feitas pelo povo e para o povo. “O salarial de um oficial português era bem maior que o do brasileiro. Com a adesão isso ia acabar. Mas não. Os comerciantes portugueses tinham benefícios de compra e venda, e isso continuou’’, completou.
(Renata Paes/Diário do Pará)
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