Realizar o desejo de conquistar a casa própria e, em seguida, ver o sonho se transformar em uma dor de cabeça constante. Essa é a realidade dos moradores do residencial Ville Ametista, situado no bairro da Guanabara, próximo à rodovia BR-316, em Ananindeua. Eles denunciam inúmeros problemas estruturais de projeto e de execução de obras no empreendimento, que foi entregue somente em julho do ano passado, com 18 meses de atraso, pela construtora PDG. 

O problema mais grave seria a implantação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), que estaria fora do padrão. Segundo o síndico do local, o analista de sistema Gilvan Antônio dos Santos Filho, 26 anos, o recipiente que envolve a estação de esgoto está com infiltração de água, quando deveria ser totalmente seco para não misturar o esgoto com a água do lençol freático. Por isso, existe a preocupação de contaminação. Uma das situações que têm prejudicado os moradores são as bombas das caixas d’água que quebram constantemente. Gilvan diz que, no projeto, foi especificado um tipo de material, mas a construtora teria utilizado um tipo mais frágil, de PVC, que não suporta a pressão da água. Isso faz com que falte o líquido nos apartamentos e que a bomba manual seja ligada. A situação é frequente e tem onerado a conta de energia elétrica dos condôminos. 

Gilvan ressaltou, ainda, que a maioria das irregularidades foi constatada antes mesmo da entrega das chaves do empreendimento e até o momento nenhuma providência foi tomada. Morador do empreendimento, o engenheiro sanitarista Marcos Farias, 33, destacou que vários apartamentos já foram inundados com água de esgoto por estarem com tubulações entupidas. “É um problema de projeto. Colocaram uma curva na tubulação que não aguenta a descida da água e entope”, diz. Por meio de nota, a PDG informou que as inconformidades apontadas pelos clientes do empreendimento “serão criteriosamente analisadas”. E ressaltou que “mantém seus canais de relacionamento à disposição para mais informações”.

(Pryscila Soares/Diário do Pará)