Vencida a etapa da contratação da empresa que vai fazer a remoção do Pedral do Lourenço, o senador Jader Barbalho (PMDB) vai retomar as negociações para a implantação da Alpa (Aços Laminados do Pará), em Marabá. Suspenso em 2012 pela mineradora Vale, o projeto prevê a criação de mais de 20 mil empregos na região. Para o senador, o argumento de que não havia logística adequada, nem para o transporte de insumos e nem para o escoamento da produção de aço na hidrovia Tocantins, foi derrubado com a conclusão da licitação realizada na última terça, 16, pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Jader disse que não se deve esperar que o canal fique pronto para depois tratar da implantação da indústria. “Nós vamos fazer paralelamente. Ou seja, vamos cobrar imediatamente que seja retomado o projeto de verticalização elaborado pela Vale”, anunciou o senador. No ano passado Jader Barbalho encaminhou ofício ao presidente da Vale, Murilo Ferreira, solicitando o empenho da empresa para retomar, em regime de urgência, os contatos com seus parceiros internacionais, objetivando a implantação do empreendimento siderúrgico no município de Marabá.
Cópias do documento foram também encaminhadas para a presidente Dilma Rousseff e para os presidentes das quatro grandes entidades representativas do setor empresarial paraense: José Conrado (Federação das Indústrias), Carlos Xavier (Federação da Agricultura e Pecuária), Fábio Lúcio Costa (Associação Comercial) e Sebastião Campos (Federação do Comércio).
ESTUDO
Ontem, em uma entrevista em Brasília, o senador lembrou que a justificativa que a Vale usou para abortar o empreendimento não tem mais validade. “Vivemos uma nova etapa com a proximidade do início das obras de remoção do Pedral do Lourenço”, reforçou o representante do Pará no Senado Federal. Jader destacou que o primeiro estudo sobre a viabilidade do canal da Hidrovia do Tocantins, elaborado pela Escola de Engenharia Naval da Universidade Federal do Pará (UFPA), mostrava que o escoamento do aço por meio de barcaças até o Porto de Barcarena seria fundamental para o desenvolvimento do Estado.
Obra no rio Tocantins (foto) permitirá navegabilidade em hidrovia. (Foto: divulgação)
ECLUSAS
O senador foi responsável, em 2005, pela inclusão de recursos no orçamento da União para a conclusão das obras da eclusa de Tucuruí. Ele lembrou que, inauguradas em 2010, as eclusas estão subaproveitadas. A função da eclusa é permitir que embarcações atravessem a barragem da usina de Tucuruí, superando o desnível de 69 metros entre o Rio Tocantins e o reservatório da hidrelétrica.
Mas, conforme informou o parlamentar paraense, sem as obras de derrocamento do Pedral, as eclusas ficariam condenadas a ser um “elefante branco”.
Para que o edital de licitação fosse publicado, o senador Jader deu início, em 2012, ao envio de uma série de ofícios cobrando do Governo Federal e da própria presidente Dilma Roussef, a realização do certame. Com a conclusão do processo licitatório, o senador comemorou. “Valeu todo o empenho e esforço. Este é um empreendimento para a população e pelos projetos de desenvolvimento do Estado”, ressaltou Jader .
SONHO DE DÉCADAS
O senador Jader Barbalho atuou fortemente a favor da reinclusão, entre as obras do PAC, do projeto de derrocamento, essencial para viabilizar a Hidrovia Tocantins/Araguaia e a efetivação da plena função das eclusas de Tucuruí. Afinal, sem a obra de retirada das rochas do leito do rio, há pouca navegabilidade no período seco do rio - entre agosto e janeiro – no trecho de 35 quilômetros. “Nesse período, somente pequenas embarcações podem navegar no local”, afirmou o senador na correspondência dirigida à presidente da República.
O senador peemedebista destacou que já se arrasta há décadas a luta do povo paraense em defesa da hidrovia do Tocantins/Araguaia. A primeira iniciativa de vulto com esse objetivo, conforme frisou, foi o Prodiat, o Projeto de Desenvolvimento Integrado da Bacia do Araguaia/Tocantins, estudo que se realizou entre 1981 e 1984, com financiamento do Banco Mundial. Esse projeto, lembrou Jader, tinha por objetivo integrar social, política e economicamente as regiões Norte e Centro-Oeste. Anos depois, já no início da década de 1990, quando governava o Pará, Jader Barbalho propôs ao então presidenteFernando Collor um projetoque integraria a Bacia doPrata à Foz do Amazonas.
(Luiza Mello/Diário do Pará)
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