No seu vocabulário de paraense, certamente, estão as expressões ‘égua’, e ‘pai d’egua’. Mas, você, sabe de onde vêm esses termos? Os estudiosos de linguística afirmam que a origem dessas palavras estão diretamente ligadas às relações humanas, estabelecidas em cada região do Estado. Em 1996, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) passou estudar as características da língua local. Este ano, o projeto GeoLinTerm, comemora 2 décadas de existência.

No projeto, foi criado o Atlas Linguístico do Pará (Alispa), o 1º do Norte do País. Mesmo a língua oficial do Brasil ser a portuguesa, desde o primeiro momento da formação do povo brasileiro, foram sendo incorporadas ao português palavras novas, oriundas da cultura de outros povos. Os mais significativos são: indígenas e os negros.

TUPI GUARANI

O doutorando em letras Regis Guedes estuda o português falado por indígenas. Ele ressalta a importância do trabalho para o conhecimento da diversidade cultural do Pará. “As pessoas não têm conhecimento do que falamos. Esse atlas é importante por isso”, avalia. Durante o andamento de sua tese, ele percebeu que os municípios do nordeste paraense recebem características fortes do Tupi Guarani. “Na região, o ‘O’ tem som de ´U’ e onde está a sílaba tônica”, explicou Guedes.

O Pará foi o último Estado na coroa a ser colonizado pelos europeus. Ou seja, o que mais teve o domínio da língua dos índios e escravos. “Hoje, foneticamente, temos uma mistura muito forte. Por isso, o nosso português é muito diferente do de Portugal”, comenta a pesquisadora Ivanete Félix. “O resultado do que somos é a relação entre três povos diferentes”, avalia. Égua da informação bacana e interessante!

(Roberta Paraense/Diário do Pará)

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