Um grupo de médicos plantonistas - clínicos, cirurgiões gerais e ortopedistas-, protestou, na tarde de ontem, em frente ao Pronto Socorro Municipal Humberto Maradei, o PSM do Guamá, em Belém, que está com o atendimento suspenso. Além de pressionar pelo retorno das escalas da clínica médica com 4 profissionais por turno, a categoria denunciou a falta de condições de trabalho e de funcionamento do hospital.

Boa parte dos plantonistas entregou suas escalas e, com isso, deixou de trabalhar no PSM no último dia 23, em protesto contra a decisão da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) de reduzir, de 4 para 3, o número de médicos por plantão de 12h, na área clínica. Com pagamentos de plantões atrasados há quase 2 meses, os profissionais ressaltam que não houve abandono de plantão, uma vez que a própria direção do PSM teria dito que eles poderiam entregar a escala até às 14h de quarta-feira (23). “Ou a gente saía ou, a partir das 14h, iam escolher o médico que seria retirado da escala”, disse o clínico geral Layan Saraiva, 27.


O médico acrescentou que os plantonistas não têm nenhum tipo de vínculo empregatício com a Sesma. Ele reclamam que têm de trabalhar de forma insalubre e se desdobam para conseguir atender os pacientes. “Não dá para comparar um PSM com uma UPA apenas quantitativamente, porque uma UPA não atende um paciente em estado grave”, pontua. Segundo ele, faltam leitos, materiais e medicamentos básicos como luvas e máscaras e uma enfermaria de isolamento para abrigar pacientes com doenças infecto-contagiosas. “Esses pacientes ficam pelos corredores. É um risco tanto para os profissionais quanto para os demais pacientes”, diz.

Sem médicos, o PSM suspendeu o atendimento. (Foto: Rúbio Marra/Diário do Pará)

REUNIÃO

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará (CRM) informou que está marcada uma reunião para amanhã, às 10h, na sede do órgão, para discutir a situação. Devem participar representantes dos médicos do PSM do Guamá, da Sesma, do Ministério Público do Estado (MPE), da Ordem os Advogados do Brasil (OAB) e do Sindicato dos Médicos do Pará.

Sobre as denúncias dos médicos, a Sesma não se manifestou. Disse que a escala de médicos do PSM do Guamá está sendo readequada em virtude da diminuição do fluxo de pacientes no hospital, após a reabertura do PSM da 14 e a abertura da UPA da Sacramenta. Afirmou, ainda, que somente a escala dos médicos da porta de entrada foi readequada. 

(Pryscila Soares/Diário do Pará)

MAIS ACESSADAS