O Complexo de Abastecimento do Jurunas, em Belém, era para ser um espaço onde a comunidade local encontraria uma grande variedade de produtos, sobretudo de alimentos, em um ambiente estruturado. Não é o que acontece. Na feira do complexo por exemplo, nas barracas que vendem de artesanato a alimentos e bebidas, os feirantes precisam disputar espaço com os urubus, que são atraídos pelo acúmulo de lixo. 

Veja vídeo com imagens da falta de estrutura do Complexo do Jurunas:

“Fica um cheiro horrível. Para a gente, que trabalha com alimento, é realmente péssimo”, reclama Maria Palheta, feirante de 61 anos, que há 25 vende sopa no local. Segundo ela, quando chove, alaga tudo. “Estamos no abandono”, diz. O também feirante Raimundo Suares, 62, que há 24 vende bebidas e refeições na feira, afirma: “Falta tudo. Água, luz, segurança, limpeza. É telhado furado, falta de policiamento. Vai de mal a pior”, lamenta. Os feirantes contam que a Prefeitura de Belém prometeu reformar o espaço. Porém, nunca cumpriu.

Além dos problemas de infraestrutura, o complexo tem constantes assaltos, mesmo estando ao lado de um batalhão da Polícia Militar (PM). “Daquela coluna ali em diante a gente não vai, é muito perigoso” alerta Raimundo, referindo-se às áreas mais distantes e menos movimentadas do complexo. O vendedor Amarildo Cesário, 48 que é cliente do Complexo de Abastecimento do Jurunas confirma as reclamações dos
trabalhadores do lugar. 

RECLAMAÇÃO

“Venho aqui por falta de opção. É perto de onde trabalho, mas o descaso é evidente”, destaca, ressaltando os problemas com iluminação e queixando-se de ter de se esconder nas barracas toda vez que chove. A Prefeitura de Belém afirma que serviços de manutenção foram feitos no complexo recentemente e que a limpeza e a coleta de lixo são feitas com frequência. Diz ainda que o projeto de reforma entrou em processo licitatório, em maio deste ano, mas não obteve interesse de empresas. O processo será reaberto no próximo ano.

(Arthur Medeiros/Diário do Pará)

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