Oferecer informações, experiências, além de conforto e alento para uma rotina às vezes pesada: essa é a ideia do grupo de WhatsApp “Arcanjas Azuis”, que reúne mães de crianças e adolescentes diagnosticados com traços do Transtorno do Espectro Autista (TEA) de Belém. Neste sábado (13), elas realizam um encontro presencial com a ideia de fortalecer os laços e a interação das participantes.
O grupo existe há aproximadamente um ano e foi criado por Eladiana Monteiro, de 34 anos. O filho mais velho de Diana, como é chamada, foi diagnosticado com traços do TEA aos 3 anos de idade. Hoje, ele tem 9 anos; e Diana compartilha as dificuldades e as alegrias da criação dele com as outras mães do grupo.
“Acabei aprendendo muitas coisas que não sabia [com o grupo]. E é um consolo, porque você acaba vendo que não está sozinha. Consegue compartilhar os avanços, consegue chorar. Ver que as tristezas não são só suas e as alegrias também são de todas”, comenta Diana.
Ela afirma que o grupo e o encontro que será realizado nesse sábado (e já tem participação confirmada de aproximadamente 45 participantes) também são meios para aliviar as tensões decorrentes do dia-a-dia das mães.
“Uma mãe acaba abraçando os problemas e as dificuldades das outras. E o encontro também é para que o foco não seja apenas o autismo. Há mães que se dedicam exclusivamente ao filho, que não tem uma vida social efetiva. Queremos que seja um momento para que elas consigam se divertir, com pessoas que passam pela mesma situação que elas”, elucida a criadora do grupo.
UNIÃO
O grupo conta com aproximadamente 70 mães. A maioria mora em Belém, mas há participantes de diversos lugares do Brasil como São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão e até de fora do país como Itália.
“É muito complicado vencer sozinha o estresse que traz o autismo. Quando nós, mães, nos unimos, essa carga fica mais leve, porque nós compartilhamos experiências, histórias. É como uma grande terapia em grupo”, opina Marcela Castro, de 35 anos, mãe de Lucas, de 9 anos, que foi diagnosticado com traços do Transtorno do Espectro Autista.
Diana também ressalta que o grupo é um espaço onde as mães podem compartilhar vivências sem terem que passar por diversas formas de preconceitos ainda existentes na sociedade. “Quem tem um filho especial acaba se sentindo mais tolhida. Pelos olhares diferentes, por exemplo. É importante para as mães estarem em um local com pessoas que vão te entender”, explica.
VIDA ALÉM DOS FILHOS
E mais que um espaço para falar apenas da criação e da vida enquanto mãe de crianças com traços do TEA, o “Arcanjos Azuis” é um lugar para que as mulheres lembrem que há muitas experiências para serem vivenciadas além da maternidade, segundo Diana.
“Para mim, o mais importante [do grupo] é ver que existe vida além do autismo. Quando uma mãe recebe o diagnóstico, primeiro ela entra em choque. Os traços de autismo são vários, não tem uma padronização, há vários níveis como crianças verbais, não-verbais, crianças com dificuldades intelectuais. É um leque de modificações que acaba fazendo com que a gente se aproxime para trocar ideias, para entender o autismo, para ver que a gente não está sozinha. Cada uma tem uma experiência diferente que pode ajudar, pode complementar a história da outra”, conta Diana.
Segundo a criadora do grupo, o encontro desse sábado já ultrapassou, e muito, a participação esperada (o primeiro planejamento era para 25 pessoas, 20 a menos do que as que devem ir ao chá). No entanto, a ideia é que o encontro seja realizado ao menos uma vez por trimestre.
Mães que têm filhos com traços do Transtorno do Espectro Autista (ETA) e quiserem fazer parte do grupo podem entrar em contato com a Diana pelo WhatsApp 989133798.
(DOL)
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