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Com 4.196 mortes, Pará tem recorde de violência

Nunca se matou tanto no Pará. No ano passado, o Estado registrou 4.196 mortes violentas, o que representa um aumento de 11,2% em relação a 2015, quando foram notificados 3.772 casos. A tradução das estatísticas indica que, em 2016, houve praticamente uma

Nunca se matou tanto no Pará. No ano passado, o Estado registrou 4.196 mortes violentas, o que representa um aumento de 11,2% em relação a 2015, quando foram notificados 3.772 casos. A tradução das estatísticas indica que, em 2016, houve praticamente uma morte a cada 2 horas, em todo o Estado. Os dados, obtidos com exclusividade pelo DIÁRIO junto ao Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp), da Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup), confirmam o que todo o paraense sente na própria pele: o Pará é refém da violência.

Os números do Sisp revelam uma realidade alarmante: 2016 foi o ano com o maior número de mortes violentas de todos os tempos, no Estado. Os dados assustam quase tanto quanto a criminalidade. Dos 4.196 casos de mortes violentas ocorridos no Pará no ano passado, foram 3.639 homicídios, 280 óbitos decorrentes de intervenção policial, 225 latrocínios e 52 lesões corporais seguidas de morte.

EM BELÉM

Na capital paraense, a situação é ainda mais grave. No ano passado, houve aumento de 21,8% nos homicídios em relação a 2015, com 157 ocorrências a mais. Em 2016, foram registrados 877 assassinatos em Belém, contra 720 em 2015. Assim como aconteceu em relação ao Estado, os números da violência na capital também foram os maiores de todos os tempos. Para piorar, todos os municípios da Região Metropolitana de Belém (RMB) também apresentaram aumento de homicídios, em 2016.

Além disso, ainda foram registradas 1.305 mortes no trânsito, em todo o Pará. Ou seja, por qualquer ótica que se analise a violência no Estado, os números são gravíssimos e alarmantes. São dados que expressam a situação dramática da segurança pública no Estado. E explicam a constante sensação de medo e insegurança que aflige o povo paraense dia a dia. A reportagem ouviu um oficial superior da Polícia Militar do Pará, que obviamente pediu para não ser identificado, o qual ressaltou que os números não surpreendem ninguém que vive o dia a dia da segurança pública no Pará.

Segundo esta fonte, é precário o planejamento integrado e cada órgão atua da forma que bem entende. Na visão dele, “hoje a Secretaria de Segurança Pública (Segup) é peça meramente decorativa, não exerce nenhum controle operacional. É difícil para eu dizer isso, mas a segurança pública do Pará está totalmente sem rumo”.

CATASTRÓFICO

Um veterano delegado da Polícia Civil (que, por temer sanções administrativas, também pediu para não ser identificado) segue a mesma linha de pensamento do oficial da Polícia Militar. Para ele, “a atual gestão da segurança pública é a pior que já passou pelo Estado, pois os números da criminalidade se tornaram catastróficos”. Este delegado se mostrou muito preocupado com os próximos dois anos que ainda restam para a atual gestão, pois, conforme salientou, não existe qualquer plano de ação de enfrentamento da criminalidade em nenhum nível. Ele destaca que “é nítido o retrocesso do Estado nas ações de combate ao crime e todos sofrem com isso, especialmente a população mais carente”.

Para o delegado, um dos mais experientes da corporação, é lamentável a total omissão dos poderes constituídos sobre a violência instalada no Pará. “Não vejo parlamentares e membros do Ministério Público cobrarem transparência do Governo do Estado em relação aos números da violência e à implementação de políticas públicas voltadas para o enfrentamento eficaz da criminalidade”. Ele tem razão. Há dois anos o governador Simão Jatene e seu secretário de Segurança Pública, general Jeannot Jansen, não divulgaram uma vírgula sequer de informação sobre a criminalidade no Pará.

(Mauro Neto/Diário do Pará)

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