O que há 11 anos era para ser a casa de 22 gatos da bacharel em Direito, Raquel Viana, 43, hoje se tornou um abrigo público de animais de estimação. Num ambiente com pouca infraestrutura, localizado em uma região sem qualquer saneamento básico, Raquel mantém 580 cães e gatos, no distrito de Outeiro, em Belém. Além das dificuldades financeiras para manter o abrigo Au Family, com doações, ela enfrenta outras reclamações dos vizinhos e falta de apoio do poder público municipal. 

Tudo se intensificou, em 2013, quando Raquel recebeu cerca de 200 animais, vindos de Santa Cruz do Arari, na Ilha do Marajó. “A partir daí, as pessoas começaram a deixá-los aqui na porta. Muitos doentes e velhos”, lembra. Com o aumento da população animal, a comunidade do entorno começou a denunciá-la por crime ambiental. Hoje, às 10h, Raquel deve comparecer ao Ministério Público Estadual, em Icoaraci, para uma audiência. “Nós entendemos a vizinhança, mas não recebemos ajuda da prefeitura para fazer essa manutenção que é de R$30 mil, por mês”, explica.

SEM APOIO

Sem ajuda da atual gestão municipal, Raquel teme que o local seja fechado e os animais sacrificados. Ano passado, a proprietária do Au Family conta que se reuniu com o prefeito Zenaldo Coutinho, que ofereceu um terreno, também no distrito, mas ela não aceitou. O motivo da recusa é que ela teria de construir o abrigo do próprio bolso e o local, além de não ter saneamento, também é perigoso e de difícil acesso. A reportagem do DIÁRIO solicitou, da assessoria de imprensa da Prefeitura de Belém, entrevista com um representante da direção do Centro de Controle de Zoonoses, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

(Roberta Paraense)

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