Proprietários de um rebanho de 7,3 mil cabeças de gado tentam, há mais de um ano, recuperar os 5,6 mil animais que teriam sido transferidos ilegalmente da fazenda com autorização da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), obtida com ajuda de um funcionário do órgão. E os processos levantados por eles seguem sendo ignorados até mesmo pela Polícia Civil. Há informações de que os animais restantes retirados da fazenda estão prestes a ser vendidos.
Tudo começou no dia 1º de setembro de 2015. Segundo os proprietários, neste dia, a fazenda Mejer, situada em Viseu, a cerca de 300 km da capital paraense, foi invadida por dezenas de homens armados que levaram mais da metade do rebanho que havia no local. Os animais pertencem aos pecuaristas Ivana Araújo e Yossef Kabacnznik, que acusam alguns dos sobrinhos deles de serem os mandantes da invasão.
Toda a família ligada ao já falecido pecuarista Samuel Kabacznic recebeu, há alguns anos, por meio de partilha registrada em cartório, um determinado número de cabeças de gado como herança. Segundo os pecuaristas, esses sobrinhos não foram incluídos na divisão. E teriam sido contemplados apenas com parte das terras onde estão as cabeças de gado de Ivana e Yossef. A defesa dos pecuaristas afirma que eles se utilizaram deste fato pra tomar parte do rebanho.
DOCUMENTAÇÃO
De acordo com o processo, a Adepará autorizou a venda dos animais retirados para terceiros que haviam sido retirados da fazenda. O órgão expediu a documentação necessária para a transação. Um funcionário identificado como Paulo Adriano da Silva, teria realizado todo o trâmite burocrático, sem qualquer documento assinado pelos proprietários originais autorizando a transação.
Segundo o processo, há até mesmo documentos da Agência que indeferem a possibilidade de transferência. Vale dizer que a Adepará é o órgão que faz todo o controle e fiscalização da criação de bovinos no Estado, fazendo desde a aplicação de vacinas à emissão de guias de transporte.
(Carolina Menezes/Diário do Pará)
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