Representantes do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) visitaram na tarde de quinta-feira (25) a fazenda Santa Lúcia, em Pau D’Arco, a 50 quilômetros da sede de Redenção, local onde 10 pessoas foram mortas durante operação policial realizada na última quarta-feira (24). 

A visita fez parte do procedimento de levantamento de informações para apurar as circunstâncias das mortes. A instituição acompanha de perto a investigação dos fatos. Assim que tomou conhecimento das mortes o Procurador-Geral de Justiça, Gilberto Martins, reuniu uma equipe de promotores para apurar as circunstâncias do ocorrido. Ele também se deslocou até Redenção para dar suporte ao trabalho dos promotores.   

Na tarde de quinta-feira (25) o procurador-geral de Justiça e o promotor de Justiça de Redenção, Erick Fernandes, estiveram na fazenda, juntamente com os procuradores da república Deborah Duprat e Igor Spindola. Representantes de movimentos sociais e da Comissão Nacional dos Direitos Humanos também estiveram no local. O objetivo da visita foi acompanhar o trabalho de peritos que buscavam cápsulas de bala, marcas de sangue e outras informações que podem contribuir para a elaboração do inquérito policial.

Antes da visita, o MPPA reuniu com familiares das 10 pessoas mortas na operação policial. O encontro foi iniciado na Promotoria de Justiça de Redenção e foi concluída na sede da Ordem dos Advogados do Brasil no município. Os promotores de Justiça Jane Cleide Silva e Alfredo Amorim, que são lotados em outros municípios, mas estão reforçando a atuação da instituição neste caso, também participaram da reunião.  

As famílias pediram rigor nas investigações e também que, após a perícia, os corpos retornassem para Redenção. O pedido foi atendido e os corpos saíram no início da noite de Marabá e Parauapebas e foram levados para uma funerária Redenção.

O promotor de Justiça Erick Fernandes também esteve no hospital municipal de Redenção para ouvir pessoas que foram feridas durante a operação policial. Ele também conversou com familiares das vítimas para coletar mais informações. No início, o representante do MPPA ainda participou de audiência na sede da OAB com as famílias das vítimas.

Os promotores esclareceram que o MPPA está acompanhando de perto as investigações e a perícia dos corpos, que aconteceu no Instituo Médico Legal de Parauapebas e de Marabá. Em Parauapebas, a perícia iniciou por volta de 9h30 e durou até às 16h. Foi acompanhada pelos promotores Francys do Vale e Guilherme Carvalho.

Em Marabá, outros cinco corpos foram periciados. O trabalho iniciou por volta de 8h30 da manhã e encerrou ao meio dia e foi acompanhado pela promotora Patrícia Pimentel.

O MPPA vai aguardar o resultado da perícia para instruir os devidos procedimentos.

MPPA participa de reunião da Comissão de Diretos Humanos da Alepa

A Promotora de Justiça do Ministério Público do Pará, Ione Nakamura, participou na quinta-feira (25) de uma reunião da comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Pará. Além do MPPA estiveram na reunião representantes de várias entidades de direitos humanos que compartilharam informações e a suas ações no acompanhamento das investigações sobre as mortes de dez agricultores na fazenda Santa Lúcia, em Pau D’arco.

A promotora Ione Nakamura relatou que a fazenda Santa Lúcia é uma área conflituosa e que existem vários processos de reintegração de posse naquela região. “Por ser uma região conflituosa ocorreram alguns crimes que estão sendo apurados pela polícia civil e que culminaram com mandados de prisão preventiva e temporária, além de busca e apreensão. Tudo isso resultou nesse desfecho lamentável que foi a morte desses agricultores”, disse a promotora.

Durante a reunião o diretor de polícia do interior, João Bosco, foi questionado sobre a retirada dos corpos e das armas antes que ocorresse uma perícia no local do crime. Para a promotora Ione Nakamura, “a cena de crime é de extrema importância para se apurar as responsabilidades e foi citado na reunião que os corpos foram retirados do local e encaminhados para o hospital. Isso vai ser apurado pelos promotores que acompanham a situação”.

(Com informações do MPPA)

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