Em meio a inúmeros casos de violência registrados diariamente em Belém e no interior do Estado -- lembrando que há quase duas semanas uma chacina vitimou dez trabalhadores rurais em Pau D'Arco -, mais um caso mostra que o Estado e até mesmo seus representantes estão longe de manter o controle da situação e, até mesmo, de suas próprias ações.
Na manhã desta segunda-feira (05), na sala dos ex-presidentes da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), o delegado de polícia e atualmente deputado federal Eder Mauro (PSD) discutiu de forma áspera com o deputado estadual Carlos Bordalo (PT).
A reunião era para discutir os desdobramentos das investigações da chacina em Pau D'Arco.
Eder Mauro, assim como o vereador Sargento Silvano e o deputado estadual Coronel Neil, presentes na reunião, defendem os policiais e a hipótese de que houve apenas a reação dos policiais diante de possível ataque dos trabalhadores rurais. Já Bordalo, que é o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alepa, diz que Pau D'Arco foi cenário de execução.
Na discussão, é possível ver e ouvir os gritos do delegado afirmando que Bordalo é "covarde" e "bandido". Segurado por outras pessoas que estavam no local, ele parte para cima de Bordalo, que responde chamando o ex-candidato a prefeito de "fascista".
Veja o vídeo da confusão:
No início da tarde, Bordalo usou seu perfil nas redes sociais para comentar o ocorrido. O deputado estadual diz que foi “agredido pelo deputado federal Eder Mauro (PSD) quando estava tentando iniciar” um depoimento sobre o relatório da diligência da Comissão de Direitos Humanos da Alepa.
Bordalo diz ainda, que foi impedido de falar durante a reunião pelo deputado federal, “com gritos e intimidações, numa atitude que não condiz com um mandato parlamentar”.
POSICIONAMENTO
Por meio de nota, a assessoria do deputado federal Delegado Éder Mauro (PSD/PA) esclarece que "a discussão acalorada na manhã de hoje, na Assembleia Legislativa do Pará, ocorreu porque o presidente da comissão de Direitos Humanos, deputado estadual Carlos Bordalo (PT/PA), anunciou que faria um ato solene de entrega do relatório sobre o caso Pau D`Arco sem submeter a documentação a aprovação do colegiado, recusando-se a ouvir as demais autoridades e representantes da sociedade civil presentes no encontro".
Ainda segundo a nota, o "ato que foi questionado pelo deputado Éder Mauro, já que Bordalo havia divulgado o documento à imprensa no fim de semana, em que descarta a hipótese de confronto. Sem dar explicação sobre a legitimidade do documento, Bordalo disparou: 'tu não vai te impor dentro da minha casa'. Em resposta, Éder Mauro disse: 'a casa não é tua casa, é do povo'".
"A discussão aumentou e o deputado estadual se reportou a Éder Mauro o chamando de 'fascista' e 'matador', que revidou como visto no vídeo já veiculado nas redes sociais, em que aparece somente a partir deste momento e não o início da discussão", garante a nota.
"Éder Mauro reitera que participou da reunião, juntamente com o presidente da Comissão de Segurança da Alepa, deputado estadual Coronel Neil (PSD/PA), com o único propósito de cobrar explicações sobre o documento veiculado no fim de semana e apresentar o relatório da comissão de segurança para ser inserido no relatório final da Comissão de Direitos Humanos sobre o confronto ocorrido em Pau D`Arco, em maio deste ano". concluiu a nota.
(DOL)
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