É no ventre da mãe que o paladar da criança começa a ser formado. A fase vai até os dois anos de idade. Portanto, é neste período que os pais devem ficar atentos ao que oferecer aos filhos, para que no futuro a saúde não cobre uma dívida que inicia na infância.
Além da obesidade, doenças sérias como câncer, alergias, hipertensão, infarto, problemas cardiovasculares, diabetes e a esteatose hepática, conhecida como gordura no fígado, são consequência de uma alimentação rica em carboidratos, sal e açúcares e pobres em frutas, verduras e grãos.
O sobrepeso é mais visível na fase adulta, porém é na infância que começa a dar os primeiros passos. Hoje, o mal assombra 30% das crianças no Brasil e é considerado uma epidemia global pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma em cada três crianças brasileiras entre cinco e nove anos está acima do peso, segundo o Ministério da Saúde (MS).
CUIDADOS
A nutricionista Karla Bona, especialista materno-infantil, faz um alerta. “A introdução alimentar vai definir os gostos do adulto”. Dos seis meses aos dois anos, é necessário evitar o açúcar, pois a criança já nasce com predisposição por alimentos doces. Então, aquela fruta mais azedinha e os sucos naturais estão liberados.
O costume de oferecer mingaus, leites e batidas ficou para trás. “Na época dos nossos pais, avós, existia a cultura de engordar as crianças. Dar massas, carboidratos, mas isso gera a obesidade precoce”, explica Karla. O recomendável é que dos seis meses a um ano de idade, os alimentos passem de amassados a sólidos, gradativamente, com refeições completas. “Tem de comer de tudo: legumes, feijão, peixe, carne, frango. Alimentos saudáveis”, detalha a nutricionista.
No entanto, é depois dos dois anos que se inicia a fase perigosa na alimentação, quando a criança passa a ter autonomia, escolher o que quer comer, e também ser influenciada, fora de casa, a comer alimentos industrializados e de baixo valor nutricional. Para isso, os pais devem usar a criatividade e transformar a alimentação saudável em saborosa. “É preciso substituir, ou mudar o modo de fazer”, observa.
ESTRATÉGIAS
A troca de batatas fritas, por assadas, ou a mistura de água gaseificada com frutas, para substituir os refrigerantes, são algumas opções inteligentes. Nos últimos cinco anos, no Brasil, a busca por alimentos e bebidas saudáveis aumentou 98%, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente.
Para que no futuro a criança não passe por uma reeducação alimentar, a família é responsável, logo cedo, por deixar os pequenos longe de conservantes, corantes e realçadores de sabor. Além de ter uma boa alimentação em casa, é preciso que na escola e na rua os cuidados sejam os mesmos. “Há opções de lanches saudáveis. Basta perceber as preferências das crianças e usar a criatividade”, conta.
(Roberta Paraense/Diário do Pará)
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