Alcimar Almeida da Silva, proprietário do barco Capitão Ribeiro, que afundou no Rio Xingu, admitiu que fraudou algumas informações sobre a embarcação para poder transitar livremente no local e também aumentar seus lucros. No total, o acidente que ocorreu na madrugada da última quarta-feira (23) e deixou 23 mortos, enquanto 30 pessoas sobreviveram.

Alcimar admitiu que não possuía a lista completa das identificações dos passageiros, o que dificultou o reconhecimento de alguns corpos  bem como as buscas por parte de Bombeiros e da Capitania dos Portos, já que não se sabia ao certo quantas e quais pessoas buscar.

Em seu primeiro depoimento, ele chegou a afirmar que o barco possuía apenas duas pessoas. Após o içamento do barco naufragado do fundo do Rio Xingu, na última sexta-feira (25), até um carro foi encontrado no interior da embarcação.

Outra grave fraude cometida pelo dono da embarcação foi informar que o barco faria o trajeto Santarém - Prainha (cerca de 170 km), na região do Baixo Amazonas. O trajeto correto, na verdade, era até Vitória do Xingu (380 km), o que representa quase 3x mais a distância que podia ser percorrida.

Por fim, o Capitão Ribeiro até possuía autorização da Marinha e estava com a documentação em dia, no entanto não possuía autorização da Agência Estadual de Regulação e Controle de Serviços Públicos (Arcon) para transitar no referido trecho. Alcimar já havia sido notificado sobre isto e deveria regularizar sua situação com o órgão, mas nunca o fez.

Diante dos fatos, Alcimar deve responder na Justiça pelo caso. Uma possibilidade de indiciamento é pelo artigo 261 do Código Penal, que prevê pena de 4 a 12 anos de prisão para quem "expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia" e o fato resultar em "naufrágio, submersão ou encalhe".

(Com informações do Estado de S. Paulo)

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