Existem 168 mil crianças, de 5 a 17 anos, trabalhando no Pará. A constatação foi de um levantamento realizado em 2015, em 32 municípios paraenses pela Comissão Regional do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estimulo à Aprendizagem, do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (Pará e Amapá). Ontem (26), a comissão realizou o “I Encontro Paraense de Adolescentes Contra o Trabalho Infantil”, em Belém. Mais de mil jovens e adolescentes participaram do evento, na Escola Salesiano do Trabalho. 

Durante o evento, os adolescentes assistiram à palestras que tratavam do tema, para entender de que forma podem contribuir, participando efetivamente da luta pela erradicação do trabalho infantil. 

De acordo com a gestora regional do Programa de Combate ao Trabalho Infantil do TRT8, a desembargadora Maria Zuíla Lima Dutra, o objetivo primordial do encontro é ouvir as crianças, adolescentes e jovens e mostrar os caminhos para que essa participação aconteça. “Acreditamos que quanto mais segmentos da sociedade estiverem reunidos conosco, é maior a possibilidade de êxito de erradicar o trabalho infantil. A partir desse encontro, vamos eleger um grupo do Pará no Conselho Nacional de Adolescentes”, pontua.

Os participantes do evento são oriundos de oito municípios do Estado, como de Belém, Ananindeua, Marajó, entre outros. A desembargadora explica que os adolescentes são afilhados do projeto “Acadêmico Padrinho Cidadão”, do TRT da 8ª Região, que atende e acompanha semanalmente estudantes de escola públicas da capital. Membro do Ministério Público do Trabalho no Ceará, o procurador do trabalho Antônio de Oliveira Lima palestrou para os adolescentes no encontro, compartilhando suas experiências como coordenador de um programa de prevenção que combate o trabalho infantil. “Observamos que 80% das crianças que trabalham não estão na escola e que, dentre elas, o índice de evasão escolar é três vezes maior”, disse o procurador.

(Diário do Pará)

MAIS ACESSADAS