A proposta de reajuste da tarifa de ônibus de Belém para R$ 3,61 ainda será discutida pelo Conselho Municipal de Transporte na quarta-feira (7), mas já virou alvo de críticas entre a população da capital, que segue insatisfeita com o transporte público. O aumento do valor, entretanto, deverá enfrentar alguma resistência na Câmara Municipal. Vereadores já estudam medidas para tentar barrar o aumento.

"Belém está entre as capitais com o pior serviço de transporte público do país. Uma frota sucateada, que recebe ônibus velhos do Rio de Janeiro. Em todo canto que se anda, é possível ver ônibus parados no prego. São sujos, sem a menor possibilidade de garantir o que a lei exige em termos de qualidade", afirmou a vereadora Marinor Brito. "A Setransbel e a prefeitura deveriam se envergonhar de propor esse aumento de tarifa".

"Inclusive, quando acabar o recesso de Carnaval, irei protocolar um projeto de lei que muda a vida útil dos ônibus de 10 anos para cinco anos, justamente para evitar esses problemas nos coletivos", continuou a vereadora.

A parlamentar explica que a bancada de oposição na Câmara está se organizando para impedir o reajuste. "Precisamos tomar medidas no âmbito político, legislativo e jurídico, para impedir esse reajuste. Quando houve o aumento do IPTU, entramos com uma ação para questionar a portaria aumentando. Iremos atuar da mesma forma, para impedir o reajuste", continuou Marinor.

O Conselho deverá se reunir no prédio da Semob para discutir o aumento da tarifa e já recebeu da Semob (Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém) e da Setransbel (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros) as propostas das tarifas dos coletivos de Belém, respectivamente, nos valores de R$ 3,31 e R$ 3,61.

Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o reajuste de 16,45% oferecido pela Setransbel e os 6,77% da Semob estão muito acima da inflação.

"Não há nada que justifique esse reajuste. Pelo contrário, há reajuste sobrando para realizar as melhorias necessárias. Os ônibus 24 horas, que não rodam na capital, além da instalação do ar-condicionado nos coletivos, que a prefeitura fica negando, são exigências melhorias necessárias, mas que não ocorreram", continua Marinor. "Não podemos acreditar que a Semob irá fazer diferente na fiscalização dos contratos".

(DOL)

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