A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de que os exames de mamografia atinjam pelo menos 70% do público alvo, que é formado por mulheres entre 50 a 69 anos.
No Estado do Pará, porém, essa cobertura não ultrapassou os 10,4% no ano de 2017, considerando os exames realizados através do Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados foram divulgados pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).
Presidente da regional Pará da SBM, o mastologista Ewaldo Oliveira aponta que os riscos de não se realizar a cobertura necessária é a de aumento no número de diagnósticos tardios de câncer de mama.
Tal consequência pode influenciar diretamente os índices de mortalidade, já que, quanto mais tarde se descobre o câncer, menores são as chances de cura. “O rastreamento mamográfico é uma estratégia para reduzir a mortalidade de câncer de mama”, explica. “O que se quer é diminuir as taxas de diagnóstico avançado. Tumor avançado demanda mais custo e o índice de cura é menor”.
O médico aponta que um tumor de mama pode demorar de 7 a 10 anos para se tornar palpável – quando atinge em torno de um centímetro. Porém, com a mamografia pode-se detectar o tumor em fase inicial – em torno de 5 ou 6 milímetros, o que aumenta consideravelmente a condição de cura da paciente. “As chances de cura para o câncer de mama é de 95% se descoberto no início”, aponta Ewaldo.
ACESSO
O presidente da SBM no Pará destaca que já existem leis que garantem a mamografia a partir dos 40 anos, a realização da reconstrução da mama em caso de cirurgia e o acesso ao tratamento em até 60 dias após o diagnóstico da doença. Porém, infelizmente, essa realidade ainda é muito distante.
“Para mudar isso é preciso começar de baixo, capacitando os agentes de saúde e os médicos na atenção básica para que saibam como direcionar os pacientes”, sugere. “A gente tem até um número razoável de mamógrafos, mas as pacientes esbarram nessa dificuldade de agendar a mamografia, de pegar o resultado”.
Por ser uma doença multifatorial, o câncer de mama pode acometer qualquer mulher. “Por isso os exames preventivos são fundamentais. Vale lembrar que a manutenção de bons hábitos alimentares e de atividade física também são importantes”.
(Cintia Magno/Diário do Pará)
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