Dois agentes da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) foram acusados de abuso de autoridade por um caminhoneiro de uma empresa privada de combustíveis. Segundo o empresário Mário Melo, patrão do motorista, o caminhão permanece retido pela Semob, assim como os pertences do funcionário e da firma que estavam dentro do veículo. Manuel Gaia, o condutor, chegou a registrar um Boletim de Ocorrência na Seccional Urbana da Marambaia sobre o caso. O fato aconteceu na tarde da última segunda-feira (20), por volta das 16h30, quando Manuel Gaia, que conduzia o caminhão carregado de combustível, foi parado por uma blitz da Semob na avenida João Paulo II, no bairro do Souza. O empresário conta que Gaia cooperou, entregou os documentos e desceu do veículo como foi solicitado pelos agentes. Ele também relatou que um dos agentes disse ao motorista que precisaria fazer uma vistoria mais rigorosa e terminou encontrando um suposto lacre danificado na placa, o que foi contestado pelo motorista, segundo o BO, ao qual o DIÁRIO teve acesso. Segundo o documento, o motorista disse que não notou a violação do lacre e foi chamado de “cego” por um dos agentes, em tom de voz agressivo. De acordo comMelo, o condutor então pediu para que o supervisor do agente ou um colega de trabalho fosse chamado para dar uma terceira opinião sobre a suposta irregularidade, o que teria sido negado pelo acusado, que imediatamente chamou um guincho para rebocar o veículo. “Ele não deu tempo nem de o meu gerente chegar ao local, menos de 20 minutos depois, para tentar resolver a situação. Isso é abuso, meu motorista não teve o que fazer”, criticou. Segundo o BO, o motorista foi impedido de retornar ao veículo para recuperar seus pertences, como mochila com roupas e documentos, o equipamento de segurança da empresa (com luvas, óculos e capacete), e até a chave de seu carro particular. Tudo foi levado com o veículo para o depósito do órgão. “Isso é um absurdo. O veículo é uma propriedade particular, como que ele vai impedir meu motorista de ter acesso aos pertences dele?”, questionou o empresário. Em seguida, o empresário instruiu Gaia a registrar um boletim de ocorrência e acionou o setor jurídico de sua empresa. “Eu tentei falar com a Semob, mas eles me disseram que eu precisava abrir uma ocorrência, que levaria 30 dias pra ter uma resposta e que, nesse tempo inteiro, meu caminhão ficaria retido. Como vou ficar um mês com o caminhão parado? Nosso serviço é de utilidade pública, a gente entrega para hospitais, shoppings. Ontem (segunda) estava indo entregar combustível para um barco de passageiros que tinha hora marcada para sair”. “O que está acontecendo com a Semob para sair multando gente que não fez nada? Vamos ter de pagar multa, guincho e estacionamento por causa do abuso dos agentes deles?”, disse.
O OUTRO LADO: o que diz a prefeituraA Prefeitura de Belém informa que o proprietário do caminhão foi orientado pela Semob a tomar as medidas cabíveis.Explica ainda que o veículo permanecerá retido somente se o proprietário não providenciar a retirada.Quanto aos pertences, a Semob informa que a chave do veículo fica com o motorista e que ele teve acesso à retirada do material interno.
(Arthur Medeiros/ Diário do Pará)

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