O Carnaval está chegando e muitas pessoas aproveitam a folga para viajar, seja para o interior do Pará ou para outros Estados. Assim como existe uma preocupação na hora de viajar com crianças, tutores que tem animais também devem ficar atentos a segurança do pet e regras para viajar seja de carro, ônibus ou avião.
E para ajudar aqueles tutores que tem dúvidas de quais são os procedimentos são necessários para viajar com animais domésticos, o “Papo de Pet” desta semana vai dar dicas e explicar as regras para uma viagem segura.
Em entrevista ao DOL, o médico veterinário Marcello Monte Santo explicou alguns cuidados que se deve ter. “Na hora de viajar com seu pet é importante você ter conhecimento de algumas informações importantes para evitar aborrecimento, seja terrestre ou aérea, pois cada cada um dos meios de transporte tem suas especificidades. Se for de carro, procure transportar seu pet num cinto de segurança apropriado ou dentro de uma caixa de transporte. Já no transporte aéreo, animais de pequeno porte podem ir na cabine dentro de uma caixa de transporte específica. Algumas raças as companhias não transportam mais por medida de segurança, então recomendamos sempre com antecedência procurar a companhia aérea e verificar quais são as exigências para o transporte do animal”, explica.
O médico veterinário Marcello Monte Santo explicou alguns cuidados que se deve ter antes de viajar com os animais de estimação. (Foto: arquivo pessoal)
Mas independente de qual será o meio de transporte, o Marcello Monte Santo explica que o ideal é consultar um profissional antes da viagem. “Consulte o médico veterinário do seu animal antes da viagem. Ele irá orientar quanto ao uso de ansiolíticos (remédios), fornecerá um atestado médico veterinário e atualizará a vacina contra raiva exigidas pelos órgãos sanitários competes. Em viagens internacionais, alguns países solicitam a sorologia contra raiva, com isso é necessário procurar com 6 meses de antecedência a legislação do país que está levando seu PET”, completa.
O médico veterinário detalhou ainda como deve ser feita a alimentação do animal antes das viagens. “Evite alimentar seu Pet até 1 hora da viagem. Em caso de viagens muito longas, que tenha oportunidade de oferecer água e comida ao animal, que seja em pouca quantidade. Também estimule o animal a fazer suas necessidades fisiológicas antes de continuar a viagem”, completa.
VIAGEM DE CARRO
De acordo com os artigos 235 e 252 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), é proibido o transporte de animais nas pernas, braços, soltos fora ou dentro do carro, entre outros.
Valter Aragão, coordenador de planejamento do Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran), explica que a maneira correta de transportar animais é com a utilização de equipamentos apropriados para seu transporte, vendidos no mercado especializado de animais. “O código de trânsito estabelece que os animais não podem ser transportados nas áreas externas dos veículos, por exemplo, no porta malas, o ideal é que ele esteja no banco de trás e, dependendo do tamanho deste animal, com equipamentos de segurança. Os condutores que forem flagrados transportando animais de forma inadequada estarão sujeitos a multa”, alertou.
A multa de trânsito por transportar animais fora do carro, como por exemplo em veículos que tenham o bagageiro aberto, é de R$ 195,23, infração grave e adição de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Já para quem levar o animal na parte interna do veículo, mas sem qualquer proteção, a multa é de R$130,16 e mais adição de quatro pontos na CNH.
Segundo dados do Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran), até novembro de 2018 foram registradas 269 infrações de trânsito por condução de animais, pessoas e cargas do lado externo do veículo, e 28 casos por transporte de animais, pessoas e cargas pela esquerda, no colo e entre os braços ou as pernas de motoristas ou passageiros.
Biatriz Mendes conta que tinha o hábito de transportar seu cachorro no colo enquanto dirigia, mas quando por pouco não sofreu um acidente, optou por mais segurança e comprou uma caixa de transporte. “Depois de quase sofrer um acidente, escolhi ter mais segurança, tanto para mim, quanto para o meu cachorro. Pesquisei e existem vários equipamentos, desde cinto, cadeirinha e grade de segurança, mas optei pela caixinha. Demorou um tempo para ele se acostumar, mas sei que foi o melhor para nós”, complementou.
VIAGENS DE AVIÃO
Cada companhia aérea tem suas próprias regras, então é extremamente importante consultá-las com antecedência para evitar surpresas na hora da viagem. A reserva está sujeita à disponibilidade da aeronave, tanto na cabine quanto no porão, pois existe um limite de animais por voo. Por esta razão, sempre é recomendado que a reserva seja efetuada com a máxima antecedência. Todas as empresas aéreas brasileiras cobram uma taxa para levar o animal, seja na cabine ou compartimento de carga, com exceção de cão guia.
Vale lembrar que cada passageiro pode levar apenas um pet (cão ou gato) na cabine, lembrando que existe um limite de idade, peso e tamanho da caixa que é autorizado para que o animal viaje com o tutor, que variam de acordo com cada empresa.
Independente se o animal vai viajar na cabine ou compartimento de carga, é necessário apresentar o comprovante da vacinação. Também é preciso ter em mãos o atestado de saúde do animal, emitido por médico veterinário.
Já a taxa para o transporte do pet pode variar conforme o destino da viagem e o tipo de transporte do animal.
Também é importante verificar as restrições para algumas raças e espécies, assim como normas de ingresso de animais de estimação do país de destino, no caso de voos internacionais.
Os animais não podem estar em período de cio e, se for do sexo feminino, não estar grávida.
VIAGENS DE ÔNIBUS
Assim como em viagens aéreas, cada empresa de ônibus tem suas regras de maneira que o animal será transportado. No geral eles precisam estar dentro de caixa de transporte apropriada, e o tutor deve apresentar a documentação de vacinação atualizada (com destaque para a imunização antirrábica), e atestado de um veterinário. Junto com o passageiro só é aceito animal de pequeno porte, não afetando o conforto e a segurança dos demais passageiros durante a viagem. Consulte a empresa de ônibus para saber sobre o tamanho adequado da caixa, tamanho do animal aceito nas viagens e avise a empresa de ônibus com a maior antecedência possível sobre o embarque.
Independente de como será a viagem, é importante ter cuidados na hora de transportar seu animal de estimação. Esse cuidado o casal Ana Paula Martins e Carlos Eduardo Baptista, digital influencer e empresário, respectivamente, tem na hora de viajar com Cendy, de 6 anos, Beyonce e Jays, ambos de 3 anos, da raça Pug.
O casal contou as experiências em viagens com os pets. (Foto: arquivo pessoal)
“Nunca viajamos de avião com eles, porque a Beyonce pesa mais de 10 quilos. E, com isso, ela já não pode ir na cabine com a gente. Então eu jamais deixaria ela viajar em um lugar que eu não tivesse olhando. A Cendy, que já é bem velinha, é hipertensa, diabética e não pode sofrer estresse. O Jayz pesa menos de 10 quilos, mas ele é muito agitado. E, por esses motivos, nunca viajamos de avião com eles. Então as vezes que viajamos optamos por ir de carro pela comodidade e conforto para eles, por poder ficar pertinho da gente”, explica Paula Martins.
Ela completa contando as experiências que já teve viagem com seus pets. “Já fomos para Jeri (Jericoacoara), Fortaleza, Natal, Pipa de carro com eles e foi super tranquilo. Na época, como eram menores, eles andavam na cadeirinha de transporte para animais, que fica presa no cinto de segurança do carro. Como eles cresceram e começou a ficar desconfortável, agora a gente viaja com eles no cinto de segurança próprio para pets, que podem ser comprados em petshops, que você engata na coleira e no cinto de segurança do carro. Então eles ficam confortáveis e seguros”.
Cendy, Beyonce e Jays viajando nas cadeirinhas próprias para carros. (Foto: arquivo pessoal)
A digital influencer conta ainda a tática que usou para deixar os animais bem confortáveis. “Vale lembrar que antes de viajarmos, aqui na cidade já colocávamos eles nas cadeirinhas para que eles fossem se acostumando. Não é chegar e forçar. Então começamos com distância menores e depois nas viagens mais longas. É cuidar deles igual uma criança. O animal não pode ficar solto, para não tirar sua atenção e, também, para a segurança deles”, finaliza.
Quem também já teve experiência de viajar com suas cadelas – Nicole (maltês), de 8 anos, Lola (Chihuahua pelo curto), 2 anos, e a Mel (Chihuahua pelo longo), de 1 ano- foi a social media Ariane Lima. Ela contou que assim como já fez viagens de carro, também já viajou de avião com elas. “Viajei com as três no final do ano de avião. Vi todas as exigências da companhia aérea com antecedência, entre elas o atestado da veterinária falando que elas (cadelas) estavam aptas para viajar de avião, que tem validade de 10 dias, e a carteira que comprovam todas as vacinações. Mas também para maior comodidade coloco elas com fraldas descartáveis na viagem, levo manta dentro da bolsa para elas ficarem bem quentinhas, já que no avião é frio, assim como a vasilha de água que é própria e não derrama no avião, que pode ser adquirida em petshops”, conta.
(Foto: arquivo pessoal)
Então independente qual será o meio de transporte, veja as exigências com antecedência para evitar transtornos e para ter uma maior comodidade do tutor e dos animais.
Reportagem: Ana Paula Azevedo/DOL
Coordenação: Gustavo Dutra
Arte: Demax Silva
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar