A prostituição infantil trata-se da exploração sexual de uma criança e adolescente. Dessa forma, tornam-se vítimas do aliciamento por adultos que abusam de menores, os quais ora buscam o sexo fácil e barato, ora tentam lucrar corrompendo os menores e conduzindo-os ao mercado da prostituição. A prática é crime.

Nesta quarta-feira (23), empresários e um advogado foram presos durante a Operação “Book Rosa”, em Parauapebas, no sudeste paraense, que investiga crimes de estupro de vulnerável, prostituição de adolescentes, tirar proveito da prostituição alheia e impedimento de adolescente sair da prostituição.

Segundo o portal Correio de Carajás, os presos foram identificados como os empresários Mauro de Souza Davi, o Marola, que atua na promoção de shows, e Eduardo Liebert Araújo dos Santos, do ramo de segurança patrimonial, e o advogado Antônio Araújo Oliveira, o Toni. As investigações iniciaram em setembro de 2020. Quatro vítimas foram identificadas e três já prestaram depoimento.

De acordo com informações da delegada Ana Carolina Carneiro, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), o intermediador entre as vítimas e os abusadores não foi localizado e é considerado foragido.

De acordo com as investigações, uma pessoa induzia adolescentes à prostituição, fazendo contato com os clientes e intermediando os encontros. Inicialmente, foram identificadas duas vítimas, uma de 13 anos e outra de 16 anos. “Era uma prática corriqueira dos abusadores e elas eram submetidas à toda forma de violação de direitos”, comenta a delegada.

Uma das vítimas relatou que foi “alugada” por um mês para um homem. “Durante escuta das vítimas foram relatadas coisas absurdas. Eles dificultavam elas saírem da exploração sexual. Para uma vítima explorada desde os 11 anos pediam para levar as irmãs mais novas. Os abusadores pediam para que amigas mais novas fossem trazidas e abusadas. Quanto mais novas as vítimas mais dinheiro ofereciam”, contou a delegada.

“As vítimas passavam muito tempo fora da cidade e sofriam várias violações. Eram obrigadas a usar drogas e ingerir álcool em excesso. Uma entrou em coma e há fotos com armas apontadas para a cabeça”, completa.

O caso continuará sendo investigado pela Polícia Civil. O advogado Giovane Oliveira Junior, que representa Antônio Araújo, informou ainda não ter tido acesso ao inquérito e que só deverá se posicionar após os fatos serem detalhados. Os demais ainda não tiveram advogados nomeados. 

Foto: Prefeitura de Maringá/Divulgação

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