Facções criminosas dominam o tráfico de drogas nas favelas do Rio de Janeiro. Com tirania, eles ditam regras aos moradores, ordenando execuções e torturas de seus rivais. Fortemente armados, eles protegem seus territórios de facções rivais e de forças policiais geralmente em confrontos de extrema violência.

Na tarde do domingo (22), familiares e amigos se despediram de Fabrício dos Santos Silva de 24 anos. Ele era jogador do time de futebol amador São Caetano e trabalhava como auxiliar de cozinha. Fabrício era morador de Manguinhos, área controlada pelo Comando Vermelho e foi executado por traficantes rivais, após entrar por engando no Morro do Cruz, região dominada pelo Terceiro Comando Puro.

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Fabrício estava com dois amigos em um bar, quando ficou sabendo de uma festa que aconteceria no morro do Borel. Os três pegaram um Uber e foram deixados no Morro do Cruz, uma extensão do Borel.

Uma moradora do lugar tentou avisá-los de que estavam no lugar errado. Os amigos de Fabrício saíram correndo, mas o jogador ficou conversando com a mulher que disse que iria ajudá-lo.

"Os amigos me ligaram e contaram isso. Que ele ficou conversando, não correu. Eu fui lá, já era 4h30 da manhã, queria o meu filho. Bati na porta dessa moradora, ela não atendeu. O chinelo dele estava no chão. Fui para a delegacia", contou a mãe de Fabrício, Sueli Santos.

Ela foi até o IML e reconheceu o corpo do filho, que tinha sido encontrado na Rua Leopoldo, no Andaraí.

“Ele era uma pessoa muito boa. Desde ontem eu estou tentando chorar, mas não estou conseguindo. Minha ficha ainda não está caindo que meu filho está ali no caixão parecendo até uma peneira. Agora eu só quero saber o que aconteceu", desabafou Sueli.

Traficante Scooby

Segundo áudios obtidos pelo jornal O Dia, Fabrício foi morto por ordem do traficante Leandro Nunes Botelho, mais conhecido como Scooby. Ele é líder do Morro dos Macacos, que foi invadido por traficantes do Comando Vermelho. Além de vender drogas, ele cobraria taxas dos moradores pela internet e outros serviços. Com a invasão do CV, ele teria perdido uma fonte de renda.

"Vamos ver qual é desse maluco aí, vamos ver qual é desse maluco aí, meu parceiro. Pega a visão geral: se ele tem família no morro, qual é a dele. Se ele for de Manguinhos, parceiro, não tem papo. Não tem papo, mano, não tem papo", teria dito o traficante.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios (DH).

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