Jurados da 3ª. Vara do Júri de Belém, sob a presidência da juíza Ângela Tuma, reconheceram que a ré Andressa Ádrea Moraes Cardoso, 31 anos, que respondeu por ter causado a morte de seu então companheiro Bruno Almeida Carneiro, 25 anos, agiu em legítima defesa.
A decisão acolheu o entendimento do promotor de justiça Edson Augusto Souza, que requereu aos jurados votarem pela absolvição da ré em razão de ter ficado dúvida se a mulher agiu de fato em legítima defesa ou não, uma vez que apenas o casal estava na quitinete onde moravam. Em sua manifestação, o promotor argumentou que, “considerando a estrutura física da ré, uma mulher franzina e a vítima, um homem de 1.90 metros de altura e em bom estado de nutrição, entendo que é caso de absolvição.
Os jurados acolheram, também, a tese também do defensor público Rafael Sarges, que sustentou a absolvição, alegando que a mulher agiu em legítima defesa própria, uma vez que estava em situação de violência doméstica. Para o defensor, “a vítima estava sendo agredida pelo companheiro e, ao tentar chamar o pai dele, por se tratar de um casal jovem e o pai dele era quem o continha, este tentou impedir a mulher de chamar seu pai e acabou por sofrer a única lesão no peito que lhe causou a morte”.
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Além do pai da vítima, que alegou que foi comunicado do ocorrido por vizinhos do casal, o irmão e a mulher do irmão compareceram e também foram ouvidos no júri. Os depoentes declararam que o casal tinha um relacionamento conturbado, marcado pelos ciúmes da ré, que, segundo os familiares, costumava agredir o companheiro.
Atualmente, a mulher reside em outro estado, onde trabalha e sustenta seus dois filhos. Ela declarou em interrogatório que estava viajando e, ao chegar altas horas da noite anterior, o companheiro tinha bebido bastante. Ambos dormiram por várias horas. No dia seguinte, ao acordarem, Bruno ficou exaltado e ambos retornaram a discutir.
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A versão da ré é de que durante a discussão sobre a suposta traição Bruno passou a segurar a mulher pelo braço, trancou a porta da quitinete, puxando o cabelo dela para pegar de volta o aparelho celular, a fim de que ela não acionasse o pai dele. A ré alegou que alcançou uma faca de cozinha, mesmo com Bruno puxando os cabelos dela. “Nessa hora fechei os olhos e não percebi que tinha lhe ferido”, disse. A ré alega que só percebeu quando Bruno já estava falando com dificuldade e teria dito: “me ajuda! Estou ferido!".
A mulher relatou que, ao ver o companheiro perder a força, chamou vizinhos para ajudar a conseguir um veículo e levá-lo até um hospital, onde morreria três horas depois de ter dado entrada. Enquanto isso, a ré foi pegar documentos e se dirigiu à casa de familiares da vítima. Em seguida, procurou a pessoa para quem trabalhava com o intuito de arranjar um advogado. Após dois dias, ela se apresentou à polícia. Os fatos ocorreram em julho de 2018, na Vila Dois Irmãos, na travessa Curuzu, no bairro da Pedreira, em Belém.
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