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INTELIGÊNCIA POLICIAL

Por que a PM não usou sniper durante o sequestro em Belém?

Durante entrevista coletiva após a libertação da refém, o secretário de Segurança Pública, Ualame Machado, e o comandante da PM, coronel Dilson Júnior, explicaram os motivos pelos quais não foi feito o uso do tiro de precisão para neutralizar o sequestrador

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Imagem ilustrativa da notícia Por que a PM não usou sniper durante o sequestro em Belém? camera Atiradores de elite da Polícia Militar do Pará estavam presentes no local do sequestro, mas não foi feito uso do tiro de precisão para neutralizar o sequestrador | Divulgação

Desde que o caso do sequestro de uma mãe e os três filhos delas, todos menores de idade dentro de um carro de transporte por aplicativo passou a repercutir na imprensa, muitas pessoas passaram a acompanhar o fato e a atuação da Polícia Militar do Pará na condução da situação crítica, iniciada às 19h de quarta-feira (8) e encerrada por volta das 12h desta quinta-feira (9), durando um total de 17 horas de tensão na rodovia Augusto Montenegro, em Belém.

Um dos pontos mais levantados foi sobre o uso de um sniper, também conhecido como atirador de elite, acionado para o local. Era esperado por várias pessoas, principalmente nas redes sociais, que as forças de segurança deveriam intervir no sequestro por meio do tiro de precisão para neutralizar o criminoso.

Mas, para a frustração destas, a PM não utilizou deste meio extremo durante a negociação. Mas ficou o questionamento sobre os motivos pelos quais o sniper não entrou em ação.

Veja também:

Assalto com refém: vítima é liberada após 17h de negociações

Atiradores de elite se posicionam durante assalto com refém

Durante entrevista coletiva no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), o secretário de Estado de Segurança Pública, Ualame Machado, acompanhado de outras autoridades como o comandante da Polícia Militar, coronel Dilson Júnior, explicaram os motivos que levaram os PMs a não fazerem uso deste artifício durante o acompanhamento da situação.

Ualame reforçou que o caso deixou de ser tratado como um "assalto" para "sequestro" conforme o avançar das negociações com Yan Carlos Monteiro Barroso, de 27 anos. Esta mudança de percepção sobre a ocorrência e a descoberta de que o jovem estava em aparente surto psicótico, o que provocou a ação, foi determinante para que a corporação reavaliasse a possibilidade de fazer uso do atirador de elite.

"O tempo joga a nosso favor dos órgãos de segurança. O tempo é importante para se alcançar esse resultado: vítimas saíram com vida e o causador do evento crítico também", ressaltou o coronel Dilson Júnior, complementando a fala de Ualame Machado.

Vale ressaltar que existiam quatro atiradores de elite da PM posicionados em pontos estratégicos durante o sequestro, para caso a situação se agravasse ainda mais, com reações do sequestrador que pudessem colocar a vida das vítimas em risco crítico. Nestes casos, o tiro de precisão poderia se tornar um recurso crucial para preservar a integridade dos reféns.

Snipers da PM do Pará estavam posicionados no interior da UMS da Marambaia
📷 Snipers da PM do Pará estavam posicionados no interior da UMS da Marambaia |Divulgação

Alguns destes profissionais estavam abrigados no interior da Unidade Municipal de Saúde da Marambaia, que fica em frente ao local onde o sequestro ocorria. O atendimento aos pacientes no local foi suspenso na manhã desta quinta-feira devido ao isolamento da área.

Ao todo, mais de 80 agentes de segurança pública integraram as ações, dentre eles policiais militares e civis, bombeiros e agentes do Detran, além da utilização de cerca de 20 viaturas.

INTELIGÊNCIA POLICIAL: ESTRATÉGIAS DE NEGOCIAÇÃO

Durante todas as 17 horas de negociação, os agentes de segurança tentaram intervir, por meio de conversas e outras ações estratégicas, como a presença de parentes de Yan, para que ele libertasse as vítimas. Através do diálogo, o sequestrador liberou duas das três crianças que estavam dentro do carro de transporte por aplicativo junto à mãe.

Por volta das 7h desta quinta, um negociador especializado em sequestros de longa duração chegou ao local para conversar com o criminoso. Com a atuação do major Alessandro, a prioridade era que Yan libertasse a criança de três anos, a qual foi resgatada por volta das 9:30.

A partir daí, o sequestrador, já mentalmente e fisicamente exausto, seguiu por pouco mais de duas horas com a mãe das crianças sob a ameaça de uma faca. Por volta das 12h, a mulher foi liberada e ele tentou tirar a própria vida, sem sucesso, sendo resgatado e encaminhado para atendimento médico no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua.

"Sabemos que é uma situação traumática para quem está vivendo o fato, e também para os que acompanham, mas nossos policiais estavam atentos a tudo e fizeram tudo, da melhor forma possível, por meio de técnicas de negociação. O próprio tempo decorrido é fruto dessa negociação, mas que no final todas as vítimas saíram ilesas. Agora todos os procedimentos serão realizados e devidamente comunicados ao judiciário, que deverá tomar as medidas cabíveis em relação ao causador desse evento crítico”, afirmou Ualame Machado, titular da Segup.

VEJA COMO FORAM OS MOMENTOS FINAIS DO SEQUESTRO:

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