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JOGO DO REMO

Vídeo: PMs acusados de agredir torcedores são afastados

As imagens gravadas por outros torcedores geraram revolta nas redes sociais. PMPA se posicionou sobre o caso, que segue em investigação.

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Imagem ilustrativa da notícia Vídeo: PMs acusados de agredir torcedores são afastados camera Uma das vítimas mostra os ferimentos após as possíveis agressões. | Reprodução/ Arquivo pessoal

Em vídeos que circulam nas redes sociais, gravações feitas por torcedores capturaram momentos de agressões realizadas por policiais militares da cavalaria nas dependências do estádio Mangueirão, em Belém, após o jogo entre Remo e Caeté, pelo Campeonato Paraense de futebol.

Nas imagens é possível ver o momento em que três torcedores correm, enquanto são seguidos por policiais, que atingem um dos jovens com um objeto semelhante a um cassetete.

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As vítimas são torcedores do Clube do Remo, o autônomo Hamilton Gama, 43 anos, que estava acompanhado dos dois filhos: Lucas, 18 anos, e outro, de 13 anos. Os três sofreram ferimentos pelo corpo. Um dos adolescentes teve um corte no braço.

Relato

Em entrevista ao UOL, uma das vítimas, Hamilton, revelou que a confusão começou já na entrada do estádio.

Ao chegarem atrasados, eles entraram por um acesso do estacionamento que estava isolado com uma folha de madeira, por onde vários torcedores também estavam entrando.

"Acho que eles isolaram essa entrada porque não tinha muito público, mas várias pessoas estavam entrando por lá, e eles não falaram nada. Eu sempre compro estacionamento antes, mas, como dessa vez, decidimos em cima da hora, quando cheguei tinha esse 'tapume'. Como várias pessoas estavam entrando, nós fomos também", contou Hamilton.

Os três PMs (dois homens e uma mulher) teriam chamado a atenção de Hamilton, alegando que ele não poderia entrar por lá. Nesse momento as agressões teriam iniciado.

"A mulher me deu um tapa na cabeça, eu disse que ela não poderia fazer isso e questionei por que não fez com as outras pessoas. Resolvi então entrar e procurar outros PMs e perguntei onde poderia fazer uma denúncia", relatou.

Hamilton e os filhos conseguiram entrar no estádio e assistir a partida, porém, segundo a vítima, na saída do jogo, enquanto caminhavam para o local onde o carro estava estacionado, os policiais já estariam o esperando do lado de fora, onde passaram a segui-los.

"Eles esperaram chegar num lugar escuro para começar as agressões. Jogaram os cavalos em cima da gente. Bateram nas minhas costas, na minha cabeça. Só consegui proteger um dos meus filhos, que foi para trás de um carro. Mesmo assim não reagi, não tinha como porque poderia pegar um tiro ali. A gente se sente impotente, não pode fazer nada, vendo seus filhos correndo e se colocando na frente da espada (cassetete) para não pegar neles", contou o homem.

Após os fatos, as vítimas buscaram atendimento em uma unidade de saúde e registraram boletim de ocorrência na delegacia.

"A gente não fez nada! Ainda gritei quando peguei o primeiro tapa. Isso é abuso de poder, abuso de autoridade. Sempre venho no estádio com meus filhos, o menor vem desde os seis anos de idade, sou sócio torcedor. Sou trabalhador e fui agredido com meus filhos sem justificativa, num jogo tranquilo, que não tinha nenhuma confusão", lamentou Hamilton.

Repercussão

O acontecimento gerou revolta e lamento nas redes sociais. Em resposta a uma publicação no Twitter sobre o caso, diversos torcedores se manifestaram contra as ações. "Que sejam devidamente punidos", comentou um usuário.

Um perfil no Instagram, que se identifica como fã clube do novo estádio, repostou uma nota de repúdio publicada pela torcida organizada "Barra Brava Camisa 33", onde condenam os últimos acontecimentos aos torcedores.

Posicionamento

Em resposta a um usuário do Twitter, o governador Helder Barbalho informou que a Polícia Militar do Pará instaurou um inquérito "para apurar a conduta dos agentes que já foram identificados e afastados, preventivamente, do serviço operacional até a conclusão das investigações".

De acordo com o governador, a PMPA reiterou que não compactua com nenhum desvio de conduta por parte de seus integrantes e que irá apurar o caso com rigor.

O promotor da Justiça Militar, Armando Brasil, que irá investigar o fato, ressalta que um procedimento criminal foi instaurado na Promotoria Militar, onde as vítimas irão prestar esclarecimentos na quinta-feira (20).

Veja o vídeo do momento gravado pelas vítimas:

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