 
 Em Belém, o médico Felipe Almeida Nunes, de 30 anos, foi preso por tentativa de feminicídio após agredir e arrastar sua namorada, a universitária Graziela Luzia Chada, de 27 anos, com um carro durante uma discussão. O crime ocorreu na madrugada do último domingo (27), mas ele só foi apresentado na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) na noite da última quinta-feira (30).
Segundo informações da Polícia Civil, a vítima dirigia o veículo quando o casal começou a discutir. Após parar o carro e sair, Graziela tentou retornar para pegar seus pertences, momento em que o suspeito teria acelerado, arrastando-a por alguns metros. Ela sofreu ferimentos graves e teve dentes quebrados, conforme laudo do Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL).
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De acordo com a Polícia Civil, o médico passou por exame de corpo de delito e segue à disposição da Justiça. "Segundo testemunhas, a vítima foi agredida e arrastada por mais de um quarteirão pelo carro dirigido pelo suspeito. A mulher foi encaminhada para atendimento médico. O caso segue sob investigação pela Delegacia Especializada em Feminicídio e Outras Mortes Violentas contra Gênero (Defem)", disse a PC em nota enviada ao DOL na manhã desta sexta-feira (31).
Sem registro oficial
Segundo o site oficial do Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM/PA), Felipe Almeida Nunes não possui especialidade descrita em seu registro para atuar como psiquiatra. Ao pesquisar a numeração, a única especialidade listada é a de "MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE".

Em contato com o DOL, o próprio CRM-PA explicou que Felipe, apesar de ser médico registrado no conselho, não possui registro como psiquiatra.
"O Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará (CRM-PA) informa que o médico em questão praticou crime comum e não encontrava-se, no momento do fato, realizando qualquer ato médico. Ressaltamos que a atuação do CRM-PA restringe-se à análise e julgamento de condutas médicas praticadas no exercício da profissão, ou seja, durante o ato médico", disse o conselho em nota.
Ainda por meio de nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará ressaltou que "todo e qualquer ato que não envolva ato médico deve ser apurado pelas esferas competentes para tanto, seja a criminal ou a cível. Por fim, informamos que o referido médico não possui registro como psiquiatra, conforme pode ser verificado no site deste Regional".
Listado como especialista em Ananindeua
A reportagem do DOL tambémapurou que Felipe Almeida Nunes está listado como médico psiquiatra no rol de profissionais da Prefeitura de Ananindeua que atuam no município, conforme no link: https://ananindeua.pa.gov.br/pagina/395/informacoes-dos-servicos-de-saude na aba "Anexo - Serviços de Saúde - Especialistas", contando que o médico estaria atendendo na especialidade de Psiquiatria no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Adulto e Infantil de Ananindeua.
A reportagem do DOL entrou em contato com a Prefeitura para verificar se, de fato, Felipe chegou a fazer algum atendimento como psiquiatra no município e aguarda retorno. Por meio de nota, a Prefeitura de Ananindeua informou que "o médico mencionado atuou como profissional vinculado ao município, porém não faz mais parte do quadro de servidores da Prefeitura".
Questionada, a Prefeitura não especificou, no entanto, quando o médico foi desligado e nem o período em que atuou. Nesta sexta-feira, 31/10/2025, o nome de Felipe Almeida Nunes ainda constava como médico especializado em psiquiatria no site da prefeitura.
O DOL também apurou que o médico se matriculou para um Programa de Residência Médica do Pará – PSU/2023, na especialidade Psiquiatria, na Universidade do Estado do Pará (UEPA). Foi feito contato com a instituição sobre a situação de Felipe Almeida Nunes e também aguarda retorno.
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