'Anjo Vingador' não quis falar durante julgamento

Marcelo Lutier Gomes Sampaio não quis se manifestar em nenhum momento sobre o crime durante a sessão que decide o seu destino, na 3ª Vara do Tribunal do Júri de Belém. Ele é acusado de ter assassinado a estudante Bruna Leite Sena, de 15 anos, em setembro de 2005, com quem se correspondia em salas de bate-papo utilizando o apelido de "Anjo Vingador”.

Das seis testemunhas previstas para o julgamento, quatro compareceram, das quais a avó da vítima e um policial militar, o capitão Marcelo Bastos Leão, da CIOP. Eles prestaram informações aos jurados. Ao ser interrogado, o réu limitou-se somente em responder sobre seus dados pessoais, optando em permanecer calado sobre o crime.

Durante o julgamento se manifestaram , além da promotoria e da defesa, duas testemunhas e a avó da adolescente, Elizabete Sena.

O representante do MPE (Ministério Público Estadual) sustentou a acusação destacando a versão apresentada pelo réu: uma suposta terceira pessoa faria um programa com a jovem. O promotor de justiça narra aos jurados partes dos depoimentos prestados pelo réu à polícia e à Justiça, e as “inconsistências” que observou nos depoimentos.

O veredicto do juiz Cláudio Henrique Rendeiro deve ser proferido até o final da manhã de hoje (5).

O CASO

Conforme a acusação formulada pelo Ministério Público, o crime ocorreu entre os dias 17 e 18 de setembro de 2005. Lutier está preso desde 28 de outubro daquele ano, quando teve a prisão preventiva decretada, tendo recorrido em todas as instâncias da Justiça, mas, em nenhuma teve o pedido de liberdade deferido.

O caso foi desvendado após a quebra do sigilo telefônico e dos emails do acusado. A denúncia contra o técnico se baseou em laudos de exame necroscópico, de levantamento de local de crime com cadáver, e de identificação biológica por análise de DNA, apontaram Marcelo Sampaio como autor de homicídio qualificado, tortura e ocultação de cadáver.

O Relatório da Polícia Civil conta que a vítima frequentava um cyber café de Icoaraci e acessava sala de bate papo, onde conheceu Marcelo. Em setembro de 2005, a estudante teria marcado encontro com o acusado em uma loja de conveniência. Consta, ainda, que o réu levou a jovem para o apartamento que morava. No dia seguinte pela manhã, após matar a jovem por asfixia mecânica, utilizando tortura, amarrou o corpo com fios de nylon, para diminuir o volume e colocou dentro de um saco plástico. Para tentar ocultar o cadáver, o abandonou em um contêiner de lixo na travessa 14 de Abril.

Pouco tempo depois o corpo foi encontrado por um gari, que acionou a Polícia. Ao ter a prisão temporária decretada o técnico de informática negou a autoria do crime, mas confessou ter se encontrado com a estudante de ter levado até seu apartamento.

VERSÃO DO RÉU

A versão do acusado é que a jovem teria ficado no local ouvindo música até 19h. Em seguida Lutier alega ter deixado a jovem que se encontraria com uma pessoa que conhecia por 'Duca', com quem faria um programa, negociado por Marcelo por R$500. O acusado disse que por volta das cinco da manhã do dia 18 de setembro, 'Duca' teria lhe ligado e entregue um saco plástico para ser deixado no lixo, que não sabia do que se tratava.
Exame no corpo de Bruna constatou traços de tortura, morte por asfixia e indícios de relação sexual. O laudo comprovou, ainda, que material espermático encontrado no corpo de Bruna é de Marcelo Sampaio. (DOL, com informações do TJ-PA)

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