Centenas de presidiários agraciados pelo indulto de natal pretendiam retornar para o cumprimento das penas logo nos primeiros dias do ano que se aproxima. Entretanto, as dívidas que muitos ainda possuem fora da cadeia com os desafetos, os perseguem até a quitação delas, seja em dinheiro ou com a própria vida na primeira oportunidade que aparece. Essa realidade pode ter motivado o não retorno de Hebert Richard Barroso Nascimento, 43, para a Colônia Agrícola Heleno Fragoso, onde supostamente cumpria pena pelo envolvimento com o tráfico de drogas.
O homem foi executado com vários tiros no início da madrugada de ontem, dentro da própria casa, localizada no loteamento Chico Barros, em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém. Ele, que estava em liberdade dias antes deste natal e deveria retornar ao final desta semana, foi assassinado na frente da filha de apenas dois anos. A esposa, Rosicléia da Silva Nascimento, também foi alvo dos atiradores, sendo baleada e socorrida para o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência.
Segundo informações apuradas pela Polícia Militar e repassadas ao DIÁRIO, por volta das 1h10, quatro homens ainda não identificados, foram vistos por populares no momento em que chegaram em um veículo também não reconhecido, o deixaram na esquina da rua Ananias, WE 2, e seguiram a pé por alguns metros até a casa de Hebert.
“Eles invadiram a residência e dispararam contra as duas vítimas. Dentro da casa estava o casal e uma criança de dois anos”, disse Alex Corrêa, soldado da PM, 4ªCia/6ºBPM. “De acordo com a filha mais velha da vítima que mora por perto, o pai estaria preso por tráfico”, informou.
A vizinhança, que não quis falar com a imprensa, disse aos policiais que escutaram mais de cinco tiros. Hebert foi encontrado caído no chão, e a mulher foi baleada ainda deitada na cama.
O crime chocou alguns moradores daquela comunidade um pouco afastada das margens da rodovia BR-316, um lugar de difícil acesso que só poderia ser encontrado na escuridão da madrugada por pessoas que conhecem a região.
A equipe de reportagem não obteve informações sobre o estado de saúde de Rosicléia. Até o final da tarde de ontem, não havia registro de óbito dela naquele hospital. As investigações devem ser feitas pela delegacia do conjunto Júlia Seffer. Peritos criminalísticos realizaram os primeiros levantamentos do local do assassinato e no corpo da vítima que, em seguida, foi removido até o Instituto Médico Legal (IML).
“Pela minha experiência, geralmente é motivado pelo envolvimento com ‘acerto de contas’, dívidas que não são pagas e vem a ordem para matar”, avalia Lenoir Cunha, delegado da Divisão de Homicídios.
(Diário do Pará)
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