Angolano é assassinado em Abel Figueiredo

Um homem angolano que residia no município de Abel Figueiredo, distante cerca de 100 quilômetros de Marabá, sudeste paraense, foi assassinado na porta de sua casa na noite de terça-feira (27) por volta de 20h.

Walter Etna Duval Filardes e Lima, 34 anos, era de Angola e estava morando em Abel Figueiredo há dois anos. Ele veio para o Brasil após se relacionar por meio das redes sociais com uma moradora do município, com quem se casou e formou família.

Segundo informações de testemunhas que não quiseram se identificar, na noite do crime houve uma pane elétrica que resultou em completa falta de energia na cidade. Walter estava sentado em frente de sua casa com a filha mais velha de 3 anos de idade, quando um homem desconhecido se aproximou e efetuou dois disparos, um na cabeça e outro no peito. Walter ainda tentou correr pra dentro de casa, mas acabou caindo morto dentro do quarto, local que estava sua esposa.

A execução aconteceu na casa da vítima, em Abel Figueiredo (PA). (Foto: Michel Gracia)

Walter Etna Duval era conhecido em Abel Figueiredo por escrever textos ácidos e críticos. Em postagens pelo Facebook, Walter criticava a situação de falta de pagamento dos servidores do município assim como o não pagamento do 13º salário.

Ele também mencionava situações problemáticas da cidade em questões de saúde, saneamento e segurança pública.

O corpo de Walter Etna Duval foi encaminhado para o IML de Marabá e retornou na tarde de ontem (28) para Abel Figueiredo onde ficou no Hospital Altair Ataide Mateus.

Segundo a esposa do Angolano, Isabel Rodrigues Lima, Walter Etna Duval não tinha inimigos e era uma pessoa benquista na comunidade de Abel Figueiredo. Estava no momento desempregado e trabalhava escrevendo textos para um blog pessoal e fazendo bicos para vizinhos e amigos.

“A gente estava sentado na sala, ele foi na porta, eu entrei para o quarto, e ele ficou com a filha mais velha e eu no quarto com a menor”, conta Isabel. “Eu fui dar de mamar para a neném, quando escutei os estalos, até pensei que era trovão, pois estava trovejando muito, não ouvi barulho nem de carro e nem de moto. Ele gritou e quando ele gritou eu levantei da cama, e ele já ia entrando no quarto todo ensangüentado”, conta ela.

Isabel Rodrigues Lima fez o Boletim de Ocorrência na Delegacia de Abel Figueiredo. A família aguarda agora a resposta da Embaixada da Angola no Brasil para decidir se o corpo de Walter Etna Duval será encaminhado ao país de origem ou se terá autorização para sepultar em Abel Figueiredo.

(Michel Garcia)