O cabo da Polícia Militar Jonan Urubatan Oliveira Pinheiro, de 34 anos, lotado no 24º Batalhão de Polícia Militar (BPM), foi preso em flagrante pelos próprios colegas de farda, acusado de assaltar 2 pessoas no bairro Parque Verde, em Belém. O militar foi ouvido em audiência de custódia pelo juiz Deomar Barroso, da 1ª Vara de Inquéritos Policiais na última quinta-feira (23), que determinou a conversão do flagrante em prisão preventiva. No entanto, Jonan nega o crime.

O crime teria acontecido por volta das 17h de quarta-feira (22). Uma das vítimas, um adolescente de 17 anos, havia saído da escola quando foi abordado por um homem em uma moto, na rua das Andorinhas. Segundo o relato da vítima, o assaltante mostrou uma “arma preta” que estava na cintura e pediu seu celular. Ainda no relato, o adolescente, ao chegar, em casa foi avisado por uma pessoa que o homem que o havia roubado, foi visto nas proximidades conversando com policiais militares. 

O jovem os encontrou e contou o que se passou. Com os policiais também estava outra vítima do mesmo suspeito, um carroceiro que teve a quantia de R$18 roubada, em condições parecidas de abordagem que o adolescente sofreu.

IDENTIFICAÇÃO 

Os policiais militares, que pediram para não serem identificados, também prestaram depoimento. O relato do condutor afirma que estava de serviço e conhecia o acusado porque já trabalharam juntos no mesmo BPM. A conversa teria durado cerca de 5 minutos e após um curto espaço de tempo, cerca de 12 pessoas abordaram a viatura para relatar sobre o assalto ao adolescente.

No relato, os 3 envolvidos no caso afirmaram as características do acusado: ele pilotava uma moto preta sem placa, trajava calça jeans escura e ainda usava um capacete rosa, o que não restou dúvidas para os policiais que, junto com as vítimas, foram à residência de Jonas e encontraram em frente a moto preta e o capacete rosa. Jonas foi conduzido para a Divisão de Crimes Funcionais (Decrif). O militar foi autuado em flagrante pelo crime de roubo qualificado.

DEFESA

O advogado de Jonan, José de Oliveira Neto, falou por telefone ao Diário, que Jonas nega as acusações. “Ele alega que não cometeu o crime. O flagrante foi arbitrado, mas aí que está o caso: entraram na residência dele sem mandado. Ele foi levado à Seccional da Marambaia e lá o acusaram de roubo. Não foi apresentado a materialidade do crime, no caso o objeto do crime (o celular e dinheiro)”, falou José.

AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA

Mesmo sem os objetos do crime, o juiz Deomar Barroso decidiu por converter a prisão em flagrante do PM em prisão preventiva para “ a garantia da ordem pública, ante a sua potencial periculosidade, evidenciada pelo modus operandi, uma vez que o custodiado praticou o crime de roubo mediante o emprego de uma arma de fogo, em uma motocicleta, em frente a residência da vítima, momento em que o flagrante puxou uma pistola da cintura e a apontou para a vítima e ainda deu dois tapas na nuca da mesma. Ressalta-se que o custodiado é cabo da Polícia Militar e utilizou a arma da corporação para cometer o crime”, diz parte da determinação do juiz.

O militar foi encaminhado para o Centro de Recuperação Especial “Coronel Anastácio das Neves”. O promotor da Justiça Militar, Armando Brasil, falou por telefone ao DIÁRIO que abriu conselho disciplinar para apurar se o cabo PM Jonas estava ounão de serviço. 

(Emily Beckman/Diário do Pará)

MAIS ACESSADAS