Uma investigação foi iniciada na Delegacia de Repressão a Crimes Funcionais (DCrif) para apurar cobrança indevida praticada por agentes do Departamento de Trânsito do Pará (Detran/Pará). Os funcionários públicos são acusados de pedir dinheiro em troca de não registrar multa durante uma blitz no bairro do Guamá. O caso aconteceu na quarta-feira (06), por volta das 16h30, na travessa Castelo Branco, no Guamá. Um caminhoneiro passava por ali quando foi abordado por um agente de trânsito, que informou que o lacre da placa traseira do veículo possuía numeração irregular e que, por isso, o caminhão seria apreendido, removido ao pátio do Detran e que seria aplicada uma multa de mais de R$ 3 mil.  O agente disse ainda que ele e seu coordenador de blitz, o agente Marcos Paciência, poderiam “resolver a situação” em troca de R$ 1,2 mil. Mas eles não contavam que o motorista agiria da forma correta e ligou para seu patrão, que imediatamente acionou a polícia.  Os policiais civis foram em um carro descaracterizado e ficaram esperando por volta de uma hora até o momento em que o agente de trânsito chegou para recolher o dinheiro do caminhoneiro.  Na hora em que perceberam a aproximação dos policiais, vários agentes fugiram, uns de carro e outros de motocicleta, abandonando a blitz e deixando cones no meio da rua. Apenas um agente ficou para trás, e, diante da situação flagrancial dos crimes de concussão e apropriação indébita consumados por seus colegas, foi conduzido para a Decrif para prestar declarações, na condição de testemunha. As investigações seguem na delegacia. INVESTIGAÇÃO Por meio de nota, a assessoria de comunicação da Polícia Civil informou que “o fato está sob investigação da Divisão de Crimes Funcionais (DCrif), órgão da Corregedoria. Até o momento, um dos agentes de trânsito foi ouvido como testemunha a respeito do fato, além do caminhoneiro que teria sido extorquido pelos agentes de trânsito”.  Ainda segundo a nota, um “inquérito foi instaurado para apurar os fatos”. A Polícia Civil garante ainda que “não emitiu qualquer texto oficial a respeito do fato e, portanto, não temos como oficial uma nota que foi compartilhada nas redes sociais no dia de hoje (ontem)”.

(Alice Martins Morais/Diário do Pará)

MAIS ACESSADAS