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Folha de S. Paulo sugere retirada de Bolsonaro e ele responde

O jornal Folha de S. Paulo pediu nesta quinta-feira (26) que o presidente Jair Bolsonaro se retire da Presidência da República. O editorial não fala explicitamente para ele renunciar, mas sugere que não governe mais, no que diz respeito à crise do coronav

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Imagem ilustrativa da notícia Folha de S. Paulo sugere retirada de Bolsonaro e ele responde camera A sugestão do jornal terminou com resposta no microblog Twitter | Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O jornal Folha de S. Paulo pediu nesta quinta-feira (26) que o presidente Jair Bolsonaro se retire da Presidência da República. O editorial não fala explicitamente para ele renunciar, mas sugere que não governe mais, no que diz respeito à crise do coronavírus.

Após a repercussão do posicionamento do jornal, Bolsonaro foi para as redes sociais, mas especificamente o microblog Twitter, onde respondeu.

Bolsonaro e Folha de São Paulo se tornaram inimigos íntimos desde os tempos da pré-campanha à presidência com inúmeras ameaças do então parlamentar de que iria zerar os investimentos em anúncios publicitários do governo federal nas páginas do jornal.

Leia na íntegra o texto publicado hoje!

"Diante da magnitude dos esforços necessários para mitigar os efeitos devastadores da epidemia do coronavírus sobre a saúde e a economia do Brasil, será preciso encontrar meios de anular, e logo, a capacidade de Jair Bolsonaro de estorvar a mobilização de guerra necessária para atravessar, com os menores danos possíveis, este episódio dramático da vida nacional.

Nesta terça (24), em cadeia de rádio e TV, ele mostrou mais uma vez que não aprende nem se cala. Não aprende as lições da ciência e dos técnicos em saúde pública de todo o mundo e de seu próprio governo. Não se cala para evitar a propagação das estultices que povoam a sua mente apalermada.

Tudo o que o Brasil não precisa neste momento é de um presidente que estimula a divisão e atrapalha a coordenação de diagnósticos e estratégias municipais, estaduais e federais contra a doença e o empobrecimento num país continental de 210 milhões de habitantes.

O país tampouco pode perder tempo com brigas políticas entre o chefe de Estado e governadores, entre Executivo e o Congresso.

Manter o máximo de pessoas em casa nesta primeira fase, ao mesmo tempo em que se expande a capacidade das emergências hospitalares, será crucial para diminuir as mortes evitáveis.

Investir desde já na ampliação da testagem rápida, da busca ativa de infectados e do estoque de drogas que venham a se mostrar eficazes reduzirá o ônus para a saúde e a economia numa segunda etapa, quando os confinamentos mais duros forem levantados.

As ondas de contágio e fatalidades, que se concentram agora nas áreas metropolitanas de São Paulo e do Rio, começam a caminhar para outras regiões. É preciso planejamento e concatenação entre autoridades para lidar com esse espectro de picos epidêmicos em diferentes estágios ao longo do território brasileiro durante meses.

Na economia, urge construir e estender linhas inéditas de socorro à renda e aos empregos dos mais vulneráveis. O déficit e a dívida deverão subir, mas seria ingênuo imaginar que essa expansão não teria limites, mesmo se o Brasil fosse país rico.

Para articular, com respeito ao conhecimento sanitário e econômico, todos esses esforços extraordinários, Bolsonaro precisa delegar poderes a uma força-tarefa que reúna as equipes técnicas da Saúde e da área econômica e dialogue com Congresso e governadores.

Que se forme um núcleo de governabilidade capaz de deixar em segundo plano as sandices do presidente, e que os políticos tenham a grandeza de suspender suas vaidades e projetos eleitorais por ora.

Assim deveriam transcorrer as próximas semanas, que serão decisivas para uma ponderação dos efeitos das providências já tomadas na preservação de vidas e na subsistência das famílias".

Então, após a publicação do editorial com a sugestão a Jair Bolsonaro renunciar, ele respondeu no Twitter apenas com um "Não".

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