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CPI vai pedir retenção do passaporte de Carlos Wizard

Empresário não apareceu em Brasília para dar explicações aos senadores sobre sua suposta participação no “gabinete paralelo” do Ministério da Saúde

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Imagem ilustrativa da notícia CPI vai pedir retenção do passaporte de Carlos Wizard camera Wizard (foto) justificou a ausência dizendo que está nos Estados Unidos | Washington Costa - Ministério da Economia

O empresário Carlos Wizard Martins, apontado como membro do suposto “gabinete paralelo” de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia, faltou ao depoimento previsto para esta quinta-feira (17) na CPI da Pandemia, no Senado.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), anunciou que oficiará a Justiça Federal pedindo a retenção, pela Polícia Federal, do passaporte do empresário Carlos Wizard.

Relembre a participação de Carlos Wizard no governo Bolsonaro

Wizard alega que está nos Estados Unidos. Aziz determinou que o passaporte seja devolvido apenas após a prestação de depoimento à CPI. Acrescentou que vai oficiar o juiz criminal para "requisitar à autoridade policial a apresentação da testemunha faltosa", eventualmente com auxílio da força pública.

O empresário obteve na véspera um habeas corpus, concedido pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, concedendo-lhe o direito de não responder a perguntas que o incriminassem. Omar Aziz criticou com veemência Wizard por, mesmo assim, não ter comparecido:

“Hoje, às 7h da manhã, a secretaria da comissão recebeu pedido dos advogados de Carlos Wizard de audiência com esta presidência para tratar de ‘redesignação de data’. É uma brincadeira dele, né? Uma data combinada para ele vir”, indignou-se.

O presidente da CPI disse que o não comparecimento de Wizard é um desrespeito não à CPI, mas ao STF. “O que me espanta é um cidadão procurar o STF para conseguir um habeas corpus para vir a esta CPI e ficar em silêncio, e não aparecer. Então para que foi ao Supremo, se não vinha? O ministro Barroso com certeza tem muitos afazeres. O sr. Carlos Wizard está achando que conseguir habeas corpus no Supremo é que nem ir à quitanda comprar bombom”.

Remarcação

Devido à sessão deliberativa do Plenário para discutir a MP da privatização da Eletrobras, foi adiado o depoimento de Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, auditor do Tribunal de Contas da União (TCU). Ele seria ouvido a respeito de um relatório não oficial de sua autoria, usado pelo presidente Jair Bolsonaro para lançar dúvida sobre o número oficial de brasileiros mortos pela covid-19.

“Todos têm interesse em debater a MP. Pedimos desculpas ao sr. Alexandre. No momento oportuno teremos nova data para ele comparecer”, encerrou o presidente da CPI.

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