Cerca de uma hora após ter sua indicação ao STF (Supremo Tribunal Federal) confirmada no plenário do Senado, André Mendonça, 48, mudou um pouco do tom que apresentou durante a sabatina e adotou um discurso mais religioso.
Mendonça afirmou que a sua confirmação como novo ministro da corte é uma vitória para a comunidade evangélica brasileira.
"A primeira reação foi dar glórias a Deus por essa vitória. É um passo para um homem, mas na história dos evangélicos do Brasil é um salto. Um passo para o homem, um salto para os evangélicos", afirmou o ex-ministro do governo Jair Bolsonaro.
"É uma responsabilidade muito grande, uma nação de 40% dessa população que hoje é representada no Supremo Tribunal Federal. Eu queria agradecer novamente o presidente da República pela indicação."
O novo ministro do Supremo Tribunal Federal foi questionado sobre a espera de mais de quatro meses para a sua sabatina, por causa da resistência do presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Davi Alcolumbre. Evitou polêmicas e novamente invocou ações divinas.
"Foi o tempo de Deus. Eu agradeço a Deus por esse tempo, eu aprendi, cresci e saio mais fortalecido desse processo", disse.
Mendonça não citou nomes, mas afirmou que sua vitória mostra que é possível obter sucesso, mesmo "quando muita gente poderosa não acredita na gente".
"É uma demonstração de que os fins não justificam os meios, de que nós podemos vencer com integridade, com esforço, com dedicação, mesmo quando muita gente, e até muita gente poderosa não acredita na gente, mas é uma demonstração de quando um povo se une, nós superamos as dificuldades", afirmou.
Pouco antes, ele agradeceu o presidente Jair Bolsonaro pela indicação e também líderes evangélicos.
André Mendonça foi sabatinado durante oito horas nesta quarta-feira (1º), quando assumiu compromissos em defesa da democracia, da justiça e da laicidade. Chegou a afirmar que tem dito a si mesmo: "na vida, a Bíblia; no Supremo, a Constituição".
Mendonça assistiu à votação no plenário do Senado a partir do gabinete do senador Luiz do Carmo (MDB-GO), acompanhado de lideranças evangélicas e da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Depois seguiu até um púlpito da Presidência do Senado e fez um breve pronunciamento.
Sua fala foi recheada de referências religiosas e, como um pastor, falou de uma maneira acolhedora e aconselhadora. Disse que todos devem cuidar de suas famílias e começar a transformação do mundo a partir dos entes mais próximos.
Lembrou sua infância humilde, quando caminhava com a Bíblia embaixo dos braços.
Ao comentar seu périplo pelos gabinetes do Senado, em busca de votos, disse que sempre o fez com "humildade, dignidade e sem abrir mão dos princípios".
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