O presidente Jair Bolsonaro (PL) reconheceu que seu principal rival na corrida pela reeleição, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conta com apoio popular e que tem votos. No entanto, disse acreditar que a força do petista não é "esse montante todo que está aí".
"Tem gente que é apaixonada pelo Lula. Tem voto? Tem voto. Mas não acredito nesse montante todo que está aí. Outra coisa, tem que enfrentar. A decisão do voto, com todo respeito, é mais de vocês do que de mim", disse o presidente nesta sexta-feira (24), a jornalistas no Palácio do Alvorada.
Pesquisa Datafolha divulgada no dia 16 mostrou que Lula lidera a corrida presidencial no primeiro turno. Conta com 48% das intenções de voto, contra 22% de Bolsonaro.
O chefe do Executivo, no entanto, vinha minimizando a popularidade do petista. Questionou em diversos momentos as pesquisas de intenção de voto e repetia que sua popularidade era melhor medida quando estava nas ruas, em meio à população.
Ainda nesta sexta-feira, o mandatário disse que não vai contratar nenhum marqueteiro para a sua campanha pela reeleição. Afirmou apenas que terá profissionais para editar e divulgar as imagens de suas viagens para algumas regiões do país.
"Não vou contratar marqueteiro, não é essa a intenção. Devo ter produtores de imagens. Nós temos imagens para mostrar, armazenadas, das minhas viagens do Brasil todo. É botar ali, já que vamos ter tempo de televisão do PL, talvez [se] algum outro partido vier conosco... É mostrar o que foi feito", disse o presidente.
Em cerimônia no dia 30 de novembro, o presidente da República se filiou ao PL, após meses sem partido político.
Bolsonaro voltou a afirmar que o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, será o seu candidato para disputar o governo de São Paulo. Também disse que mantém algumas conversas com outros nomes visando às eleições de 2022, mas que não tem nada fechado, nem para vice e nem para nomes que devem disputar a vaga para o Senado.
"Está conversado até o momento apenas com o Tarcísio, e mais ninguém. Ontem conversei com a [deputada estadual] Janaína Paschoal. Nada fechamos. Estive com o [Paulo] Skaf rapidamente em São Paulo no último dia 15, mas não foi tratado de política", disse o presidente.
"A certeza é que o Tarcísio é o nosso candidato. Já [demonstrou que vai topar]. [...] Ele quer contribuir com o futuro do Brasil, não apenas com São Paulo. Está acertado com o Valdemar Costa Neto. Não falamos sobre vice ainda nem Senado. Isso está em discussão ainda. Tudo passa por mim, pelo próprio Tarcísio, que é uma pessoa de desempate e pelo presidente do partido", completou.
Bolsonaro também foi questionado sobre a indicação de um novo líder do Senado, posto vago após a entrega do cargo por Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). O senador pernambucano decidiu deixar a liderança, após ser abandonado na disputa por uma vaga para o Tribunal de Contas da União. Terminou a eleição com apenas sete votos, sendo derrotado pelo candidato do presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Antonio Anastasia (PSD-MG), que recebeu 52 votos.
"Não tem pressa para isso aí [nomear um novo líder no Senado]. A gente acerta aí, pode ser até amanhã, de acertar. Não tem pressa nisso aí. Há interesse? Óbvio, tem acesso, porta aberta comigo, porta aberta no Palácio, existem interesses. RP-9 [emendas do relator do Orçamento]. Um montão de coisas de interesse", disse o presidente.
Senadores apontam que o favorito é o atual vice-líder do governo Marcos Rogério (DEM-RO), que ganhou a confiança do Planalto durante a CPI da Covid. Auxiliares próximos a Bolsonaro defendem a sua indicação. Também estaria no páreo e mostrou interesse o também vice-líder do governo no Congresso Jorginho Mello (PL-SC), que é próximo a Bolsonaro e costuma estar com eles nos dias de folga que costuma passar no litoral de Santa Catarina.
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