Presidentes dos sete partidos que compõem a chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) à Presidência propuseram a entidades que representam jornais e emissoras de rádio e televisão a realização de até três debates nacionais no primeiro turno das eleições deste ano.
Os dirigentes enviaram ofício nesta quarta-feira (15) ao presidente da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), Flávio Lara Resende, e ao presidente da ANJ (Associação Nacional de Jornais), Marcelo Antônio Rech
No documento, eles afirmam que há ao menos dez debates entre candidatos sendo propostos por veículos de mídia até o momento e que, dentro do prazo da campanha eleitoral, tal programação "é incompatível com a agenda política e a realização de atos públicos da campanha".
As legendas apontam ainda que a maioria dos debates se concentra em São Paulo e que as agendas da campanha exigem "deslocamentos pelas 27 unidades da federação".
Diante desse cenário, os partidos sugerem que as emissoras se organizem em pool de órgãos de imprensa, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos.
"No caso do Brasil, acreditamos que a organização de até três debates nacionais permitiria a contribuição das emissoras para o processo eleitoral, preservando a mobilidade dos candidatos para o diálogo democrático e direto com a população e seus aliados regionais", diz o ofício.
O documento é assinado por Luciana Santos (PC do B), Carlos Siqueira (PSB), Juliano Medeiros (PSOL), Gleisi Hoffmann (PT), José Luiz Penna (PV), Wesley Diógenes (Rede) e Paulinho da Força (Solidariedade).
Os dirigentes finalizam o texto afirmando que se colocam à disposição das entidades para "avançar nessa proposta".
Como a Folha de S.Paulo mostrou em maio, o comando da pré-campanha já havia sinalizado que iria propor aos adversários a realização dos debates no formato de pool de órgãos de imprensa. Pela proposta inicial, seriam dois debates no primeiro turno e um no segundo.
Também em maio, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que deve participar dos debates apenas no segundo turno. Ele afirmou na ocasião que, caso participe já na primeira fase da campanha, não terá tempo para responder todos os "dez candidatos vão querer dar pancada" nele.
Se confirmar essa estratégia, o presidente repetirá a tática adotada por Lula em 2006, ano em que o petista disputou a reeleição e só participou dos encontros após a primeira votação daquele pleito.
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