Os ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Supremo Tribunal Federal (STF) e contra as urnas eletrônicas novamente ganharam palco na imprensa brasileira após o evento realizado no início da semana, quando o chefe do Executivo repetiu o que muitos chamaram de “teorias da conspiração” e desacreditando o próprio sistema eleitoral. Na ocasião, o mandatário recebia embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada.
As falas de Bolsonaro provocaram inúmeras reações, especialmente no meio artístico. Cantores, atrizes e atores vieram a público repudiar o que chamaram de “mentiras sobre as urnas”, por meio de uma carta enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e dirigida ao ministro Edson Fachin e presidente do órgão.
“Os direitos políticos dos brasileiros estão sob ataque. A estratégia de minar a credibilidade das urnas eletrônicas e da atuação do Tribunal Superior Eleitoral é uma pretensão espúria de deslegitimar o voto do eleitor, de anular o resultado das eleições e de substituí-lo por outro resultado, favorável ao interesse dos agressores. O ataque é ao eleitor e ao seu direito de votar livremente”, diz a nota assinada ainda por membros da sociedade civil do Observatório de Direitos Humanos do Poder Judiciário.
“É hora de defender o direito ao livre exercício do voto, sem as peias da desinformação e da coerção, e de manifestar confiança no trabalho das instituições da Justiça Eleitoral”, diz o comunicado. “É também hora de repudiar qualquer estratégia que vise a ruína dos alicerces da democracia, para substituí-la por um projeto autoritário de sociedade. É preciso refutar tais ataques com clareza, para que todos compreendam os efeitos nefastos que a deslegitimação das eleições opera sobre a democracia”.
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A carta traz ainda elogios à atuação do TSE e nas suas constantes reafirmações de que não há casos de violações da urna eletrônica, garantindo assim “o direito constitucional ao voto livre do cabresto e da fraude nas apurações”.
Assinam ainda nomes como a antropóloga Manuela Carneiro da Cunha, a economista Cláudia Costin, o rabino Nilton Bonder e frei David, ativista e fundador da Educafro.
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