Lula em Belém: “Não quero governar, quero cuidar do Brasil”

Lula chegou ao palco do comício do Partido dos Trabalhadores em Belém, realizado nesta quinta-feira (1º), em um espaço náutico no bairro do Guamá, pouco antes das 20h, mas só começou seu discurso de exatos trinta minutos às 21h12.

Durante a fala, reforçou os problemas do atual governo, exaltou a retomada de programas criados durante sua gestão, como o Minha Casa Minha Vida, e fez críticas ao ex-juiz Sérgio Moro e ao Ministério Público. "Estou condenado a fazer mais do que antes, pela Saúde, pela Educação. Não quero governar, quero cuidar do Brasil", destacou.

O candidato ao Senado Federal Beto Faro e o atual senador, que deixa o cargo em janeiro, Paulo Rocha, fizeram falas antes de Luiz Inácio Lula da Silva. Também discursaram o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL), além de outras lideranças que compõem a base de apoio da candidatura de Lula à presidência da República.

Uma quilombola de Oriximiná abriu os discursos falando dos feitos do governo Lula junto aos povos originários. Quando Lula começou a falar, lembrou que a última vinda a Belém tinha sido em 2010, em apoio à candidatura da ex-governadora Ana Júlia Carepa, que tentava a reeleição, e de Dilma Rousseff, também em busca de um segundo mandato à época.

"Conseguimos provar que é possível melhorar esse país. Sei do sonho de vocês, a gente não quer muito. Quer ser respeitado, quer trabalhar e criar filho com o salário, cuidar da família. Até agora não tem uma desgraçada de uma casa verde e amarela. Vou retomar o Minha Casa Minha Vida e vocês vão poder pintar da cor que quiserem", declarou, alfinetando o atual programa habitacional do governo federal.

"Criaram a fantasia da carteira de trabalho verde e amarela e pessoas hoje não tem nada direito a descanso remunerado, nenhum tipo de tratamento da previdência. A gente quer carteira que garanta fundo de garantia, chega dessa história de fazer com que povo mais humilde pague a conta sempre", continuou o candidato.

Lula prometeu que, se eleito, será parceiro da prefeitura de Belém e do governo do Estado. E disse que à época de sua prisão foi para Curitiba, mesmo podendo sair do país, porque se recusou a ser considerado fugitivo.

"Queria ir para perto daquele juiz mentiroso para provar que era mentiroso. Provar que montaram uma quadrilha no MP de Curitiba. Fico triste porque por cinco anos enganaram a República, a TV e os jornais. Moro mentiu ao país, e quando provamos a verdade ele sequer teve a coragem de pedir desculpas, porque pedir desculpas é coisa de gente que tem respeito"

Lula estimulou os presentes a pedirem votos pelas redes sociais, e garantiu que irá recriar os ministérios da Pesca e da Cultura, bem como criará o ministério dos Povos Originários e o da Igualdade Racial. "Dia 1º de janeiro não haverá mais garimpo ilegal, nem garimpo em terra indígena. A Amazônia vai deixar de ser queimada para ser pesquisada, estudada, para que sua biodiversidade ajude a melhorar a vida de quem mora nela", finalizou.