O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a afirmar na noite de quarta-feira (21) que o número de pessoas que passam fome no Brasil está superestimado e acrescentou que aqueles abaixo da linha de pobreza se encontram nessa condição, pois foram "acostumadas" a não aprenderem uma profissão.
Bolsonaro também voltou a criticar o Supremo Tribunal Federal (STF), citando as decisões referentes a seus decretos sobre armas e inquéritos abertos, segundo ele, sem a participação do Ministério Público. Disse acreditar que "depois das eleições a gente resolva essa parada aí".
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A fala do chefe do Executivo aconteceu durante a sabatina da Rede Vida, "Diálogo com Candidatos à Presidência do Brasil". A entrevista foi ao ar no fim da noite desta quarta-feira (21), mas havia sido gravada horas antes, no Palácio do Alvorada.
Bolsonaro reconheceu que há pessoas passando fome no Brasil, mas disse que "não é esse número todo". E então acrescentou que as pessoas que estão abaixo da linha de pobreza -que vivem com menos de 1,9 dólares por dia- podem recorrer ao Auxílio Brasil.
"Agora, tirar as pessoas da linha da pobreza é um trabalho gigantesco. São pessoas que foram ao longo dos anos acostumadas a não se preocupar ou o estado negar uma forma de ela aprender uma profissão", afirmou o presidente, acrescentando que sua gestão facilitou a obtenção de alvarás para trabalhos, como vender cachorro-quente, abertura de salão de beleza.
O presidente também voltou a defender a pauta conservadora, contra o aborto, a legalização das drogas e a ideologia de gênero. Disse que, se reeleito, vai indicar dois novos ministros ao STF e que a condição é que sejam contra o aborto.
Sobre o poder judiciário, o presidente reclamou que o Supremo seja "completamente independente" dos outros poderes. E disse que algumas questões serão resolvidas após as eleições."Já o Judiciário se coloca como um poder, no caso o Supremo Tribunal Federal, completamente independente. Eles têm um ativismo muito forte. O último agora foi mexer nos decretos [de armas]. Os decretos, está lá na nossa Constituição, que é privativo do legislativo questionar decretos, via projeto de decreto legislativo. Não o Supremo Tribunal Federal", afirmou.
"Você vê os inquéritos, são abertos sem a participação do Ministério Público. O MP está completamente isolado por parte de um ministro do Supremo dado a esses inquéritos. Isso tem que ser resolvido. Acredito que depois das eleições a gente resolva essa parada aí", completou.
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