A retomada do Círio, depois de superados os últimos dois anos da pandemia da Covid-19, foi um dos momentos mais aguardados pelos paraenses, que agora terão a oportunidade de expressar a fé e dar continuidade à tradição, mas o cumprimento de uma agenda política do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), tem provocado reações entre os devotos de Nossa Senhora de Nazaré.
A pouquíssimos dias da grande celebração do Círio, que terá a grande procissão de volta às ruas da capital no próximo domingo (9), a equipe de campanha do candidato confirmou a participação dele no Círio Fluvial, uma das romarias que fazem parte da celebração.
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O Círio Fluvial será realizado neste sábado (8) e, caso realmente esteja presente, essa será a primeira vez que Bolsonaro deverá participar de uma das romarias da maior manifestação religiosa do mundo.
“Nenhum político tem o direito de se apropriar”
Em entrevista à CNN, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), reforçou seu posicionamento sobre o assunto, afirmando que nenhum político deve se apropriar desse grande evento.
“O Círio de Nazaré é algo absolutamente intocável, algo que nenhum político tem o direito de se apropriar e isso é uma regra aqui para todos os paraenses. O Círio é plural. Assistir ao Círio deve ser, certamente, algo que todo cidadão, caso tenha a oportunidade de fazer, que o faça. Independente, inclusive, se aprecia a religião católica ou outras religiões. É uma manifestação tão rica, tão fantástica, católica, mas cultural. É o natal de todos os paraenses”, disse.
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O governador aproveitou também para reforçar o pedido anterior, que uma tradicional manifestação religiosa não se torne palco para figuras políticas.
“Eu espero, com toda a sinceridade, que isso seja preservado, que o Círio possa ser preservado e que não se tente fazer com o Círio de Nazaré aquilo que tentaram fazer com a Independência do Brasil: apropriação política. O Círio haverá de resistir a isso”, pontuou.
Edmilson Rodrigues também se manifesta
O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL), também se manifestou sobre o assunto. Em publicação feita nas redes sociais, o gestor revelou indignação ao tomar conhecimento do cumprimento de agenda política de Bolsonaro na capital paraense.
“Recebi com profunda indignação a tentativa do uso político da maior demonstração de fé do povo paraense. A fé de todos os paraenses não pode ser sequestrada por uma candidatura à presidência. Aliás, de um candidato que sequer é católico. Nenhuma das candidaturas. Que o Círio seja protegido do uso eleitoreiro”, disse.
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